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Mau cheiro incomoda Maçaínhas

Moradores mostram-se revoltados com Estação Elevatória localizada no centro da aldeia, mas Águas do Zêzere e Côa garante que o problema está «resolvido»

Muitos habitantes da freguesia de Maçaínhas, mesmo às portas da Guarda, estão descontentes com o mau cheiro que “invadiu” a aldeia desde que a Estação Elevatória para tratamento de esgotos, localizada junto à escola do primeiro ciclo, entrou em funcionamento há cerca de cinco meses. Confrontada com os protestos, a Águas do Zêzere e Côa (AdZC), empresa responsável pela exploração e gestão do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais, assegura que o problema está «resolvido».

Um argumento que não convence os moradores, que se queixam de um odor «insuportável» em certos períodos do dia, tanto na rua como dentro das habitações. António Almeida diz mesmo que ficou estragado o «autêntico paraíso» que era Maçaínhas. «Estávamos aqui tão sossegados e agora veio isto, que é digno do século XIX, para nos chatear. Há dias em que tenho que me levantar às três e quatro da manhã para abrir as janelas», denuncia, considerando que «algo tem que estar mal feito» na Estação Elevatória, situada a poucos metros da sua casa. De resto, o habitante diz ter sido «enganado» juntamente com os seus conterrâneos, isto porque a AdZC não terá informado a população que aquela estrutura poderia provocar mau cheiro. Outro “vizinho” da Estação Elevatória garante que «há momentos em que se sente um fedor terrível», refere António Lourenço, para quem também «há qualquer coisa no retorno dos esgotos que provoca mau cheiro dentro de casa».

Este habitante de Maçaínhas diz mesmo que «se não tratarem disto dentro de pouco tempo, teremos que avançar com outras soluções», como, por exemplo, apresentar o problema ao delegado de saúde da Guarda ou mesmo ao Ministério do Ambiente, uma vez que, na sua opinião, este é um «caso de saúde pública». António Lourenço garante que, desde que aquela Estação Elevatória começou a funcionar, «há cerca de cinco meses», que tem havido maus cheiros e que técnicos da AdZC se deslocam ao local «quase todos os dias». O caso já levou a esposa de António José Silva, que mora mesmo em frente à Estação, a apresentar, por escrito, uma reclamação na empresa multimunicipal. É que, «em noites quentes, o vento começa a abrandar e não é possível aguentar o mau cheiro», acusa, defendendo que «não havia nenhuma necessidade de colocar isto no meio da aldeia». António José da Silva acrescenta que o equipamento já lhe provocou «enjoos e mau estar», pois, quando começa a trabalhar, deita «um cheiro que é impressionante».

Uma situação que “O Interior” pôde constatar no local. Preocupado esta também o presidente da Junta, que revela ter recebido queixas de «dezenas e até de centenas» de moradores. E não só, pois chegaram inclusive reclamações dos utilizadores da estrada que vai até aos Trinta e Videmonte. Entretanto, já foi requerida a rápida resolução do problema junto da AdZC e da Câmara da Guarda. «A Junta, o ATL, a escola e a sede da Associação Cultural e Desportiva “Os Beirões” localizam-se aqui perto e toda a gente que aqui passa se queixa, ainda para mais nesta época em que se anda muito a pé», lamenta António Sousa. O autarca está esperançado que o mau cheiro seja provocado por uma «avaria técnica» que possa ser solucionada com brevidade. Contactada por “O Interior”, a AdZC garante que o problema «está resolvido» e que a situação sucede, «por vezes, com este tipo de infraestruturas».

Ricardo Cordeiro

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