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Mato ardeu durante mais de 10 horas perto de Paipenela

À hora do fecho desta edição, mais 170 bombeiros tentavam controlar as duas frentes activas daquele que é, para já, o maior incêndio do ano no distrito

Mais de 170 bombeiros continuavam a combater, à hora do fecho desta edição, um fogo que lavrava com intensidade nas proximidades de Paipenela, no concelho da Mêda. Este é, para já, o maior incêndio registado no distrito este ano, permanecendo por circunscrever cerca de nove horas depois do seu início. As chamas estavam a consumir uma vasta área de mato, mas uma das duas frentes activas ao final da tarde chegou a aproximar-se de algumas habitações da localidade do Carvalhal. «A situação foi preocupante, mas conseguiu-se controlar as chamas», disse a O INTERIOR fonte dos bombeiros da Mêda.

Pelas 21h30, a página da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) anunciava que as duas frentes ainda activas estavam a ser combatidas por 173 bombeiros e 45 viaturas, meios que ficaram sem o apoio dos dois aerotanques pesados Canadair e de um helibombardeiro pesado Kamov com a chegada da noite. Segundo a ANPC, no teatro de operações mantinham-se ainda os elementos de dois grupos de Reforço de Incêndios Florestais vindos de Viseu e Aveiro, além de um grupo de análise e uso do fogo. O incêndio, que deflagrou cerca das 12h50, chegou a ter três frentes activas, mas os voluntários conseguiram circunscrever uma delas. O sinistro surgiu num dos dias mais quentes da última semana, contando as autoridades que a subida dos níveis de humidade durante a noite pudesse ajudar a controlar as chamas, que apenas consumiram mato no município da Mêda.

Entretanto, a ANPC divulgou os últimos dados da área ardida desde 1 de Janeiro. O relatório provisório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) revela que o distrito da Guarda ocupava, até 15 de Julho, a quarta posição no respeitante à área ardida (418 hectares), atrás de Braga (939), Bragança (907) e Vila Real (679). Já o distrito de Castelo Branco registou apenas 70 hectares ardidos entre 1 de Janeiro e 15 de Julho. A meio da fase Charlie, a Guarda era o ainda o sexto distrito do país com mais ocorrências (326) registadas naquele período. Por cá predominaram os fogachos (área ardida inferior a um hectare), com 196 casos, e 130 incêndios florestais. O Porto era o distrito que liderava esta tabela, com 769 ocorrências, seguido de Braga (563) e de Viseu (558). Em Castelo Branco houve 156 registos de fogachos e incêndios.

Mais de 2.900 hectares ardidos em 2007

No ano passado, a Guarda foi o distrito mais fustigado pelos incêndios florestais, segundo os dados da DGRF. Entre 1 de Janeiro e 30 de Setembro, os incêndios em floresta e mato destruíram 2.971 hectares. Durante aquele período, registaram-se 401 ocorrências de fogo (149 incêndios florestais e 252 fogachos), que consumiram uma área total de 2.971 hectares, sendo 331 hectares de povoamentos florestais e 2.640 de matos. Registaram-se seis incêndios com área ardida igual ou superior a 100 hectares, nos concelhos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Sabugal e Celorico da Beira. A 21 de Agosto, em Senouras (Almeida) o fogo, que teve causa indeterminada, destruiu 105 hectares de área. No mesmo dia, no Colmeal (Figueira de Castelo Rodrigo), as chamas, também de origem indeterminada, queimaram 711 hectares. No dia 2 de Setembro, outro fogo eclodiu na mesma freguesia, com origem na renovação de pastagens, destruindo 154 hectares. Já em Sortelha (Sabugal) registou-se um incêndio de origem intencional, a 3 de Setembro, que consumiu 165 hectares. Três dias depois, na Carrapichana (Celorico da Beira), as chamas causadas pela renovação de pastagens queimaram 236 hectares. Na mesma data, em Fornotelheiro (Celorico da Beira), um incêndio iniciado pela mesma causa destruiu 233 hectares de mato e floresta.

Luis Martins

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