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Marisa Matias juntou-se a Jorge Mendes no primeira dia da campanha

Bloco de Esquerda pede aos eleitores que «castiguem» os partidos que elegeram deputados pelo distrito e nada fizeram pela Guarda nesta legislatura

A eurodeputada Marisa Matias deu uma ajuda à candidatura do Bloco de Esquerda pelo círculo da Guarda no último domingo. A jornada começou numa vindima em Aldeia Viçosa, seguiu para uma sessão em Celorico de Beira e, à tarde, para a “Festa do Cobertor de Papa”, em Maçaínhas (Guarda). O dia terminou em Sortelha (Sabugal).

No primeira dia oficial da campanha eleitoral, o cabeça de lista Jorge Mendes e restantes candidatos, independentes e militantes do partido, contactaram com a população e, em Celorico da Beira, atacou a política de austeridade que fez aumentar a pobreza, o desemprego e a dívida. «O discurso da crise tenta legitimar o percurso ideológico da direita, pela privatização de recursos e serviços públicos, universalização pela liberdade de circulação de mercadorias, bens e não de pessoas», criticou o ex-presidente do Instituto Politécnico da Guarda. Por isso, pediu aos eleitores que «castiguem» os partidos que elegeram deputados pelo distrito e nada fizeram para combater o abandono do interior. «Quando foi das SCUT o que fizeram os deputados do PSD da Guarda? Votaram a favor da manutenção das portagens e o PS absteve-se e o mesmo se passou com os tribunais de Mêda e Fornos de Algodres», lembrou Jorge Mendes.

Por sua vez, Marisa Matias fez o balanço da integração económica do país na União europeia, com destaque para o «péssimo negócio» dos subsídios à agricultura desligados da produção, no que considerou uma «herança de Cavaco Silva» e do modelo do «bom aluno» em que a falta de produtividade se compensava com os fundos estruturais. «Entretanto veio a crise e os fundos estruturais são suspensos, sofremos uma dupla sanção», constatou a eurodeputada do BE, descrevendo a situação atual do país como estando «preso num colete-de-forças» devido ao enquadramento das instituições europeias. «Quem manda e quem governa não está nos governos», acusou Marisa Matias, referindo-se às agências de rating e a organismos não democráticos, como o Eurogrupo.

A eurodeputada não esqueceu a crise dos refugiados, considerando «uma vergonha não termos chegado a acordo para alojarmos 120 mil pessoas em 28 países, o equivalente ao antigo Estádio da Luz», comparou Marisa Matias, concluindo que por este caminho «acabamos com qualquer perspetiva de solidariedade europeia».

Marisa Matias e Jorge Mendes foram à vindima na Quinta São Lourenço (Aldeia Viçosa)

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