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“Manus” para revitalizar área ardida de Trancoso

Projecto da Santa Casa da Misericórdia orçado em cerca de 510 mil euros visa alertar para a importância da floresta e da reflorestação

A Santa Casa da Misericórdia de Trancoso viu aprovado pelo Instituto de Solidariedade e Segurança Social um novo projecto para os dois próximos anos intitulado “Manus”. No âmbito do Projecto de Luta contra a Pobreza, o “Manus” representa um investimento global de cerca de 510 mil euros e tem como grandes objectivos sensibilizar os trancosenses para a importância da floresta e para a reflorestação das áreas ardidas num concelho que mereceu declaração de calamidade pública no decorrer da vaga de incêndios do último Verão. O aspecto social não foi descurado, mas a principal área de intervenção é mesmo a zona ardida.

Na sequência dos incêndios do último Verão, foi aprovada em Conselho de Ministros uma candidatura «mais direccionada para a sensibilização da importância da floresta e para a reflorestação das áreas ardidas, que é uma preocupação nacional e que atingiu Trancoso de uma forma bastante preocupante», explica Cláudia Rodrigues, coordenadora do “Manus”. Integrado no Projecto de Luta contra a Pobreza, o novo plano surge vocacionado para a reflorestação, mas também «apresenta uma vertente social» de forma a apoiar as famílias afectadas pelos incêndios. Neste sentido, a Segurança Social e a Câmara Municipal de Trancoso já se encontram a «reencaminhar» para a Santa Casa da Misericórdia «alguns dos casos» de pessoas mais fustigadas pelos efeitos do fogo. Daí que o projecto vá funcionar também como um meio para se promover o «levantamento das necessidades e mesmo do que ardeu e dos equipamentos», realça Cláudia Rodrigues.

O apoio monetário a associações de produtores florestais para que promovam o «acompanhamento e a evolução» da reflorestação das zonas ardidas do concelho também está contemplado no “Manus”, que se iniciou a 1 de Janeiro deste ano para terminar em Dezembro de 2005. Dos cerca de 510 mil euros, 385 mil são financiados pelo Instituto de Solidariedade e Segurança Social, o que representa 75 por cento da verba total. Entre os vários parceiros que participam no projecto está também a Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior (DRABI) e as Juntas de Freguesia. As associações interessadas devem agora apresentar os respectivos planos para que possam candidatar-se ao financiamento de acções de reflorestação. De igual forma, «todas as pessoas abrangidas pela área ardida podem candidatar-se a apoios e mesmo a ajuda técnica ao projecto», adianta a coordenadora do “Manus”.

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