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Manuel Rodrigues derrota João Prata no PSD da Guarda

Líder cessante vai entregar ao Conselho Distrital de Jurisdição caso dos militantes que criticaram candidatura apoiada pelo partido nas últimas autárquicas

Alguns elementos da lista e apoiantes de Manuel Rodrigues, novo presidente da concelhia da Guarda do PSD, podem ficar em maus lençóis caso o Conselho Distrital de Jurisdição dê provimento à queixa que João Prata, líder cessante, tenciona formalizar nos próximos dias. Tudo por causa dos desencontros nas últimas autárquicas, em que vários militantes criticaram reiteradamente a candidatura à Câmara do independente Crespo de Carvalho que o partido apoiou, mas também pelo envolvimento pessoal de outros sociais-democratas na campanha de outro partido.

«É minha obrigação fazê-lo, mas também para respeitar os militantes que o são efectivamente e não por calculismo político», disse João Prata, logo após ter perdido para Manuel Rodrigues a presidência da concelhia da Guarda na passada sexta-feira. O também deputado e autarca da Junta de São Miguel acrescentou que vai apresentar «um conjunto de elementos para o Conselho Distrital de Jurisdição avaliar e decidir», mas escusou-se a divulgar o nome dos visados. Contudo, ainda ninguém esqueceu as declarações pouco abonatórias na Rádio Altitude de Marília Raimundo, Ricardo Neves de Sousa ou do próprio Manuel Rodrigues, entre outros, durante a campanha. Já Carlos Gonçalves, ex-presidente da concelhia laranja, foi uma presença assídua nas acções da candidatura do CDS-PP, liderada pela sua esposa. Sobre a intenção do seu adversário, Manuel Rodrigues – que vai deixar de integrar o Conselho Distrital de Jurisdição por ter sido eleito líder da concelhia – voltou a dizer que desconhece «em absoluto» o processo. «Não creio que isso seja verdade e duvido que exista mesmo, além de que nunca ninguém me disse quem seriam esses militantes», reagiu.

Quanto aos resultados de sexta-feira, o advogado foi eleito com 160 votos, mais nove que o presidente cessante. As eleições tiveram uma grande afluência, já que votaram 314 dos 419 sociais-democratas em condições de votar. Para Manuel Rodrigues, os resultados falam por si: «Quem estava na comissão política não conseguiu a maioria dos votos e alguém que apareceu de fora do aparelho obteve-a. É, por isso, uma vitória expressiva», considerou. Reiterando que a sua candidatura resultou da «vontade das bases», o novo líder social-democrata sublinhou que a sua mensagem «de renovação e pela positiva» terá sido decisiva nesta eleição. Para o futuro, quer pôr os órgãos do PSD Guarda a «falar mais para a sociedade», ao contrário de um passado recente, em que se «falou muito para o interior, para resolver problemas internos e por causa daquilo que os militantes falaram para a sociedade». Também promete unir o partido, uma tarefa que acha «fácil», para «servir a Guarda» e anuncia uma participação «activa e actuante» no concelho

«Queremos mostrar que o PSD é uma alternativa séria no concelho e que a Guarda merece experimentá-lo, pois está à vista de todos o progresso que resultou da governação socialista na Câmara ao longo destes anos», criticou Manuel Rodrigues. Por sua vez, João Prata declarou-se «um pouco surpreendido» com a derrota, sublinhando ter sido um «sinal claro» de que os militantes não o querem à frente da concelhia guardense. «A maioria acha que não reúno condições de competência e conhecimento suficiente para tal, é a leitura que faço deste acto eleitoral», declarou. No entanto, na hora da saída, o antecessor de Manuel Rodrigues não deixou de ser irónico: «O novo líder pode contar que continuarei a militar no PSD e não farei aquilo que outros me fizeram durante estes dois últimos anos», disse. Álvaro Pinto dos Santos e Orminda Sucena são os novos vice-presidentes da comissão política de secção, enquanto Vítor Lavajo é o presidente da mesa do plenário.

Luis Martins Novo presidente da concelhia foi eleito com mais nove votos que João Prata

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