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Manteigas reclama túneis na Serra da Estrela

Assembleia Municipal aprovou, por unanimidade, moção de censura aos estudos das acessibilidades

A Assembleia Municipal de Manteigas aprovou, por unanimidade, uma moção de censura aos estudos das acessibilidades à Serra da Estrela. Na última reunião, todos os deputados concordaram que o concelho está a ser deixado à margem neste processo, já que o caderno de encargos da Estradas de Portugal «nada contém» em relação às acessibilidades de Manteigas para atravessar a Serra da Estrela e conseguir uma ligação aos IC 6, IC 7 e IC 37.

«Manteigas, foi, nos documentos, um concelho riscado da natural pertença ao maciço central e fica mais enclave da Serra da Estrela e afastado de qualquer coesão territorial sendo relegado para uma perificidade absoluta», refere a moção, aprovada a 14 de Dezembro, a que O INTERIOR teve acesso. O documento defende ainda os túneis da Serra da Estrela como sendo a «melhor solução» que serve a região, potenciando ainda as mais-valias turísticas da vila. Para reforçar esta ideia, o município socorre-se do Plano Estratégico para o Turismo na Serra da Estrela (PETUR), elaborado pela Universidade da Beira Interior. Segundo este estudo, os túneis representam um «benefício económico e ambiental numa perspectiva de desenvolvimento regional alargado», tornando-se num «investimento indispensável para a afirmação de toda a região Centro». Os grupos parlamentares defendem que os estudos do IC 6, IC 7 e IC 37 devem ser efectuados, mas que os túneis não devem ser «esquecidos».

Na sua opinião, a travessia da Serra por túnel entre a Covilhã, Gouveia-Seia, com passagem por Manteigas, é uma «solução fiável, credível e de menor risco». A mesa da Assembleia argumenta ainda que, desta forma, se conseguiriam ligar em rede os distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu, com distâncias temporais «inferiores a 60 minutos». A moção recorda também que o maciço central é, «por excelência», a área da região Centro com maior capacidade de atracção turística e atracção de investimento, como reconhece o Plano Estratégico Nacional de Turismo. O documento segue agora para o Presidente da República, o primeiro-ministro, ministro das Obras Públicas e Transportes, presidente da Assembleia da República, presidente do Instituto de Estradas de Portugal, presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela, grupos parlamentares da Assembleia da República, Comissão de Cordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e COMURBEIRAS – Comunidade Urbana das Beiras.

Tânia Santos

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