Um estudo mostra que a escassez de mão-de-obra tem vindo a aumentar nos últimos anos, devido à migração dos mais jovens, o que coloca sérios desafios para garantir a qualidade de vida de quem reside no interior.
O trabalho da JPQ consultores e da Universidade do Porto, divulgado recentemente pelo jornal “Público”, revela que 28 por cento dos empregos nas zonas do interior de Portugal estão em risco de não ser preenchidos. Entre 2015 e 2050 estima-se que a população empregada nas regiões da fronteira do país deva encolher 28 por cento, enquanto a população jovem e potenciais ativos deve recuar 20 por cento. Nas subregiões (NUT III) de Alto Minho, Cávado, Alto Tamêga, Douro, Terras de Trás-os-Montes, Algarve, Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela, Alto e Baixo Alentejo e Alentejo Central a quebra na população entre 2000 e 2015 foi de 3,2 por cento. Já no outro lado da fronteira, em Pontevedra, Ourense, Zamora, Salamanca, Cáceres, Badajoz e Huelva (Espanha) registou-se um crescimento de 3,3 por cento.
«Temos de saber construir um futuro com menos gente e criar um discurso de desenvolvimento para um território com outros recursos», afirma a geógrafa e investigadora Teresa Sá Marques, que nos últimos anos esteve a coordenar o Programa Nacional de Políticas do Ordenamento do Território. Nesse sentido, os investigadores alertam para a necessidade de majorar apoios a projetos empresariais que promovam «emprego de qualidade, designadamente em matéria de conciliação do trabalho com a vida privada e de promoção da igualdade de oportunidades (Planos de Igualdade, flexibilidade na organização dos tempos de trabalho, serviços de apoio, etc.)» e a contratação de trabalhadores jovens.
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