A poucos dias da «onda de solidariedade» que pretende apoiar José Sócrates mais de uma centena de apoiantes do ex-primeiro-ministro já estão inscritos na viagem agendada para Évora no domingo. O objetivo deste movimento é provar que «José Sócrates não está sozinho», reitera José António Pinho, promotor da iniciativa.
Às mais de cem pessoas já inscritas, o covilhanense, também amigo do antigo governante e líder do PS, acredita que podem juntar-se-lhes «muitos mais, já conseguimos encher dois autocarros e estamos a ponderar levar ainda mais um». Até agora, os inscritos são todos residentes no concelho, mas o promotor conta que «há muita gente que manifestou interesse em juntar-se a nós em Évora, pessoas de vários pontos do país», por isso mesmo, a ideia inicial foi sujeita a algumas alterações. Assim, os participantes já não vão levar bandeiras da Covilhã, nem cantar o hino “Covilhã, cidade neve”, porque se esperam pessoas sem ligações à cidade onde cresceu José Sócrates. Agora, José António Pinho sugere que o apoio seja prestado sob a forma de «uma marcha silenciosa» à porta do estabelecimento prisional de Évora.
Os apoiantes do antigo primeiro-ministro preveem juntar-se às 15h15 na rotunda de Ícaro, em Évora, seguindo depois a pé até ao estabelecimento prisional. José António Pinho diz que está garantida a entrada de três pessoas para visitar «o amigo», sendo que uma delas é o próprio promotor da iniciativa. O nome dos restantes não pode revelar por enquanto, afirma. O covilhanense mostra-se indignado com a prisão do ex-primeiro-ministro e afirma que «a luta não pode parar», considerando que «esta atitude é para aniquilarem uma pessoa, para que ela se vá a baixo». Entretanto, no passado domingo, José Sócrates recebeu a visita do filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço, que disse ter encontrado o ex-primeiro-ministro determinado em se defender até que consiga ser libertado. «Vim visitar um amigo. Foi antigo primeiro-ministro do nosso país. Vi nele uma coragem para lutar e esperar que a Justiça decida o mais rapidamente possível apresentar as provas das razões por que foi colocado em prisão preventiva», declarou o pensador.
José Sócrates está detido preventivamente desde 20 de novembro de 2014 e indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.
Ana Eugénia Inácio
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