Mais de 1.700 euros é o valor que Sebastião Figueiredo tem de pagar aos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) da Guarda relativamente ao mês de janeiro. Além de não compreender este valor elevado, o guardense afirma não saber como tal é possível, uma vez que está todo o ano fora e as faturas registam sempre o valor mínimo.
Quando a fatura de janeiro chegou, Sebastião Figueiredo, que reside em Lisboa a maior parte do ano, assustou-se com o valor e pediu esclarecimentos aos SMAS, que começaram por lhe dizer que a situação se devia a uma rutura nas canalizações. Hipótese que o cliente colocou de parte, uma vez que apenas a fatura de janeiro regista esse «valor exorbitante», as seguintes já apresentam custos normalizados tendo em conta o facto da moradia estar fechada grande parte do ano. «Como não havia quaisquer vestígios de rotura e não mandei arranjar nada, tal como os SMAS, como é possível que de repente a rotura desapareça», interroga-se Sebastião Figueiredo. Os técnicos estiveram no local e puseram de parte a hipótese da rutura, mas nessa visita os funcionários dos Serviços Municipalizados encontraram uma torneira exterior que consideram poder ser responsável para a contagem registada em janeiro.
«Disseram que a torneira poderia ter ficado aberta uns dias ou até que poderei ter sido vítima de roubo», refere Sebastião Figueiredo, que descarta essas justificações porque «é um valor demasiado elevado e todos os dias há um homem que vai passando pela casa e pela horta». Na sua opinião, «se a torneira estivesse aberta, ou alguém me tentasse roubar a água, ele teria dado conta», garante. A empresa de abastecimento também analisou o contador e verificou que não há erro na contagem, tendo sugerido ao cliente que mandasse aferir o aparelho para se certificar que a origem do problema não está aí. Mas esta sugestão foi igualmente recusada por Sebastião Figueiredo que diz não estar disposto a pagar por um erro que não é seu.
Contudo, na última carta enviada ao cliente, os SMAS avisam que a água será cortada se não proceder ao pagamento num prazo de 10 dias. «Mas eu não vou pagar enquanto não obtiver uma explicação para os 1.700 euros registados na fatura». Garante Sebastião Figueiredo, que está disposto a «ir a tribunal se necessário».
Ana Eugénia Inácio
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