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Maioria das autarquias poupa nas iluminações de Natal

Mas, quase todas já estão enfeitadas e coloridas graças a protocolos e candidaturas

A conjuntura económica desfavorável e as dificuldades financeiras pelas quais as autarquias da região estão a passar impuseram uma contenção generalizada nas despesas. No entanto, há excepções à regra, como a Câmara da Covilhã que este ano vai gastar cerca de 150 mil euros nas iluminações de Natal. Com crise ou sem crise, os municípios, que são quem, de um modo geral, suporta os custos (no todo ou em parte), não dispensam as decorações.

A Câmara da Guarda candidatou-se a um projecto que se chama “Laços de Natal”, que envolve também a ilha da Madeira e a autarquia do Sabugal. E é essa candidatura que vai permitir enfeitar as ruas da cidade, nomeadamente, da Praça Velha até à Alameda de Santo André. As restantes artérias serão contempladas com outros enfeites e “luzinhas”, isto é, «com algum material que a Câmara já tinha adquirido no ano passado», esclarece o edil guardense, Joaquim Valente. Neste momento, ainda está a ser feita a decoração da cidade, mas «prevê-se que esteja tudo a postos para acender a iluminação de Natal no dia 8», ou seja amanhã, adianta o autarca. «Este ano será melhor do que no ano passado», considera Joaquim Valente, «até porque houve tempo para se fazer uma candidatura», acrescenta. Quanto aos custos, o autarca preferiu não revelar. Mas, “O Interior” sabe que a Câmara da Guarda deverá gastar um pouco mais em iluminações este ano do que em 2005. Contudo, mesmo assim, nada de muito significativo, mais 1.200 euros. No total não deverá ultrapassar os três mil euros. Já na Covilhã, os gastos são bem mais “chorudos”, devendo rondar os 150 mil euros. E as ruas já estão todas iluminadas com estrelas azuis. Trata-se de um «investimento necessário», justifica o autarca, Carlos Pinto. «Faz parte do embelezamento da cidade, principalmente, nesta época. E acredito que os cidadãos não o dispensam», adianta. Para o edil da Covilhã, a iluminação «dá mais colorido e reaviva o espírito natalício».

No caso de Trancoso, a Câmara divide com os comerciantes o custo das iluminações das ruas principais. No entanto, Júlio Sarmento, o autarca local, não soube precisar o montante investido. «Até porque as iluminações de Natal estão sempre ligadas à animação comercial, em quase todas as cidades do país», justifica o presidente do município. Há já algumas semanas que as ruas do centro histórico estão mais coloridas e vão manter-se assim até 7 de Janeiro. A rua da Corredoura, o Largo D. Dinis e a Rua Xavier da Cunha são algumas das artérias que estão ornamentadas com o novo tipo de iluminação, que tem um consumo inferior. Nas Portas D’El Rei e Portas do Prado foram colocadas duas “árvores”, com mais de dez metros de altura. Também as principais ruas de Figueira de Castelo Rodrigo estão iluminadas desde o dia 28 de Novembro. O investimento é da autarquia e ronda os 7 mil euros.

Em Belmonte, a Câmara vai gastar o mesmo que no ano passado, cerca de 5 mil euros. As iluminações natalícias vão «dar mais colorido ao comércio tradicional», justifica o autarca, Amândio Melo. De resto, «há coisas que não podemos deixar de fazer. É um custo que poderíamos entender como excessivo, mas sabendo a crise que o comércio está a passar, temos é que dar algum apoio e fazer um esforço», sustenta o edil, reflectindo, de algum modo, a atitude generalizada de todas as autarquias. Além disso, «deve manter-se viva a tradição», conclui. Também Seia e Gouveia já estão decoradas a preceito. Em Gouveia, as iluminações natalícias são custeadas pela autarquia, ADRUSE – Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela e Associação Comercial, com base num protocolo. Porém, não foi possível até ao fecho desta edição saber o valor do investimento. Por seu turno, em Seia, à semelhança dos anos anteriores, é a autarquia que assume todos os gastos. E apesar de também não ter sido possível apurar o montante, do gabinete de informação e relações públicas da autarquia foi adiantado que « foi feito um contrato com outra empresa, com custos inferiores aos do ano passado», por causa da crise que assola todos os municípios.

Patrícia Correia

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