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Maioria aprova mais um vereador a tempo inteiro na Câmara da Guarda

Eleitos do PSD abstiveram-se por considerarem a opção «excessiva e não justificável» face ao excesso de pelouros do presidente

A Câmara vai ter quatro vereadores a tempo inteiro, além do presidente. A proposta foi aprovada pela maioria socialista na primeira reunião do executivo saído das últimas autárquicas e mereceu reparos dos dois eleitos do PSD.

Na sexta-feira, Rui Quinaz e Ana Fonseca abstiveram-se neste ponto e pediram explicações a Joaquim Valente. «É uma opção excessiva e não justificável, pois não havia necessidade do quinto vereador estar também a tempo inteiro», disse a vereadora, uma independente que concorreu nas listas sociais-democratas, para quem, «em tempos de crise, deveria acautelar-se ainda mais os recursos financeiros de todos nós». Por sua vez, o colega da oposição considerou haver «uma concentração excessiva» de pelouros no presidente da Câmara. «Há demasiados vereadores a tempo inteiro para que o presidente tenha este excesso de carga política e de trabalho. Não faz, por isso, muito sentido esta distribuição de pelouros, que consideramos criticável e implicará menor disponibilidade de tempo do presidente da Câmara», alegou Rui Quinaz.

Na resposta, Joaquim Valente justificou a proposta dizendo que os quatro vereadores a tempo inteiro são necessários. «Queremos aumentar a nossa presença na condução da política para a Guarda e tenho a certeza que se fará um melhor trabalho», declarou. Nesta reunião ficou ainda decidido que o edil vai presidir a todas as empresas municipais, tendo os vereadores como vogais. Já as reuniões do executivo vão realizar-se, quinzenalmente, às segundas-feiras à tarde. Mais simbólica foi a nova disposição dos eleitos na mesa de sessões. Antes, o presidente prontificava à cabeceira, ladeado pelos vereadores de PS e PSD. Agora – pelo menos neste primeiro encontro –, a maioria fez questão de “impressionar” os sociais-democratas. De um lado da mesa, os cinco socialistas ficaram frente-a-frente com Rui Quinaz e Ana Fonseca, que admitiram não ter ficado «intimidados».

A sessão ficou ainda marcada pela estreia de quatro vereadores. Os eleitos do PSD prometem uma oposição «credível, construtiva e atenta» e disponibilidade para «ajudar sempre naquilo que pudermos». Por sua vez, Elsa Fernandes (PS) antevê um ano de «difícil gestão» no pelouro da Acção Social por causa dos despedimentos da Delphi. Já Gonçalo Amaral (PS) considerou que o trânsito está «bem definido» na cidade e recusou a ideia de que são necessários mais zonas de estacionamento. «A Guarda não está numa situação tão grave como se quer fazer passar», declarou.

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