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Maio de mudança!

Crónica Política

Maio tem um profundo significado para quem lutou e luta na defesa de uma sociedade mais justa, desde logo a data histórica do 1º Maio, dia internacional do trabalhador, não podemos esquecer ou renegar os trabalhadores que deram a sua vida pela exigência de melhores condições de trabalho e de vida.

Não podemos esquecer no contexto bastante atual o momento em que se assinalou, no passado dia 9, o 69º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo e o fim da II Guerra Mundial, pois deve merecer séria preocupação o perigo que representa para a democracia, liberdades e direitos o ascenso de forças de extrema-direita, xenófobas e fascistas na Europa, que são, de novo, promovidas pelo sistema e utilizadas pelo imperialismo.

Devo relembrar que em Portugal, ao longo dos 48 anos de fascismo, muitos comunistas e antifascistas perderam a vida às mãos da PIDE, não esqueçamos que foi apenas há 40 anos que reconquistámos a liberdade, comemorámos o 40º aniversário do 25 de Abril e do 1º de Maio em liberdade.

O dia 12 de maio tem para mim um significado profundo, por ser o Dia Internacional do Enfermeiro. Enfatizo os avanços das intervenções dos enfermeiros no contexto da saúde ao nível mundial, onde os portugueses muito contribuem. Sugiro ao caro(a) leitor(a) a leitura de um artigo, intitulado: “Homenagem a todos Enfermeiros lembrando Florence Nightingale” – http://www.ordemenfermeiros.pt/sites/centro/informacao/Paginas/DIE2014edi%C3%A7%C3%A3oespecialdeEnfermagemeoCidad%C3%A3o.aspx

É um marco de profundo e de relevante significado não apenas para os enfermeiros, mas sobretudo para os utentes que usufruem das intervenções dos enfermeiros, o lema: ”Enfermeiros: Uma força para Mudar – Um Recurso Vital para a Saúde” tem que despertar a consciência de que o nosso país contribui com o esforço direto, neste sentido devemos o reconhecimento necessário para que haja profissionais de saúde suficientes, adequadamente formados e motivados. Eles são essenciais para a saúde das populações, é uma necessidade as populações disporem cuidados de enfermagem diferenciados e de proximidade.

Tal como o ICN refere o acesso equitativo aos serviços de saúde necessários e de boa qualidade não se consegue atingir sem um número adequado de enfermeiros adequadamente preparados. Perante as exigências do presente, como habitualmente se refere que os únicos profissionais de saúde disponíveis para a população 24/24 horas próximos dos utentes, neste sentido façamos jus reivindicativo. Não basta referir o ICN que os enfermeiros têm uma grande responsabilidade para melhorar a saúde da população, assim como contribuir para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. É necessário que haja condições dignas do exercício profissional, bem como espaço político para assumirem melhores práticas no planeamento das dotações seguras de enfermeiros. Não basta referir que houve um aumento do número de enfermeiros no SNS, temos que apelar há sua justa distribuição e equidade no acesso a cuidados de enfermagem por parte das populações mais isoladas.

Tal como atrás referia, este mês tem outra data que merece a reflexão de todos quantos querem outro rumo para a Europa dos povos e não a Europa de alguns: votar é um exercício de dever na mudança.

Estou farto da apregoada “saída limpa” da “troika”, as consequências sociais e económicas são bem visíveis com a destruição de mais de 300 mil postos de trabalho, 2,5 milhões de portugueses no limiar da pobreza (mais meio milhão do que há três anos) ou o desmantelamento e encerramento de importantes serviços públicos e funções sociais do Estado.

Quanto à dívida, os responsáveis que nos desgovernaram ao longo destes 38 anos, PS, PSD e CDS e justificaram o recurso à “troika” estrangeira, deixaram-nos mais um fardo de 51 mil milhões de euros a acumular à divida existente, muita dela ilegítima e que deveria ser privada e não pública.

Salvámos bancos alemães, franceses, portugueses entre outros, mas permitimos que políticos que nos desgovernam forcem milhares de homens, mulheres e crianças a emigrar, muitos deles qualificados. Onde está a Europa da coesão social?

Falam-nos do panorama do mercado de trabalho da saúde: a lacuna entre a oferta e a procura dos profissionais de saúde, os efeitos da crise financeira, migração e a vida profissional útil dos enfermeiros. Será que a Alemanha, a Inglaterra e outros países ricos necessitam da solidariedade de Portugal para usufruírem do nosso investimento no capital humano na saúde?

Tal como apela o ICN aos enfermeiros a “mudar a imagem” e a demonstrar aos governos, empregadores e à sociedade que são um recurso vital para a saúde. É essencial que os enfermeiros e os líderes mundiais se foquem sobre a força de trabalho global de enfermagem como uma prioridade chave para atingir melhor saúde para todos.

Contribuam politicamente para a mudança de políticas e a eleição de novos lideres mundiais, o caminho começa já a 25 de maio.

Por: Honorato Robalo*

* Dirigente da Direção da Organização Regional da Guarda do PCP

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