Arquivo

Magusto da Velha anima Aldeia Viçosa na quinta-feira

Tradição “renova-se” este ano para promover o azeite desta localidade do Vale do Mondego

Aldeia Viçosa volta a ser palco do Magusto da Velha na quinta-feira. A tradição cumpre-se, como é hábito, no dia seguinte ao Natal, contando este ano com novas atividades que visam enriquecer a iniciativa e ainda promover o azeite, uma das imagens de marca daquela freguesia do concelho da Guarda.

O programa arranca com a missa pela velha na Igreja Matriz, pelas 14 horas, recuperando o mote “Que se reze um Padre Nosso em sua memória”, sendo que o magusto remonta ao século XVII e teve origem na herança deixada por uma mulher abastada, de nome desconhecido. Segue-se o lançamento das castanhas da torre da igreja para o adro onde, quando estas se apanham do chão, os mais jovens aproveitam para saltar para as costas de quem se baixa para as agarrar nas já tradicionais “cavaladas”. Além das castanhas, a Junta de Aldeia Viçosa oferece vinho aos locais e visitantes, havendo a degustação de “Aromas do Mondego”, da Quinta de São Lourenço.

Há ainda animação de rua protagonizada por Ângelo Brás, «um amigo da terra que contribui para a festa de forma gratuita», disse Luís Prata a O INTERIOR. Já o Conjunto Rosinha, que também se junta à festa, é custeado pela Câmara da Guarda. Os conhecidos problemas financeiros da Junta não limitaram a tradição, com alguns populares a ofereceram castanhas e a freguesia a adquirir as restantes, nomeadamente com as receitas da venda de campas: «É o único gasto da Junta», evidenciou o presidente.

Entre as novidades deste ano contam-se uma feira e uma exposição sobre o azeite – com prova e venda – no salão da freguesia. «Queremos aproveitar para promover o melhor azeite de Portugal», considerou Luís Prata, destacando a recente classificação da dieta mediterrânea como património imaterial da Humanidade pela UNESCO. «Vamos abrir as portas do lagar tradicional porque há um projeto para museu do azeite e nunca se conseguiu concretizá-lo», adiantou o presidente da Junta, acrescentando que «vamos tentar neste mandato, pelo que queremos sensibilizar para a importância de um espaço cultural ligado ao azeite». O dia começa com uma Assembleia de Freguesia ordinária, que deve incidir novamente sobre as dívidas da Junta, que ascendem os 200 mil euros. «O credor [construtora Albino Teixeira] levantou-nos a penhora e desde anteontem [quarta-feira] que já temos o dinheiro do FEF (Fundo de Equilíbrio Financeiro) desbloqueado, mas ainda não lhe mexemos», revelou Luís Prata.

Sara Quelhas Origem do magusto remonta ao século XVII

Sobre o autor

Leave a Reply