Arquivo

“Magic Eye” conquista Prémio Engenheiro Jaime Filipe

Depois do “Magic Key”, em 2006, novo projecto de Luís Figueiredo foi distinguido a nível nacional

O projecto “Magic Eye”, desenvolvido na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), conquistou o Prémio Engenheiro Jaime Filipe. Em 2006, Luís Figueiredo já havia sido distinguido pelo “Magic Key”. É a primeira vez, em oito edições, que o galardão é atribuído uma segunda vez ao mesmo candidato.

Segundo o docente da ESTG, os dois projectos são completamente diferentes. «As únicas semelhanças são o nome e o facto de eu os ter feito», ironiza. O “Magic Key” foi desenvolvido para tetraplégicos, que não podem usar as mãos, mas controlam perfeitamente a cabeça. Contudo, o aparecimento de muitos casos em que esta aplicação não podia ser usada inspirou outro produto. Em causa estão dois grupos concretos: as crianças com paralisia cerebral e quem esteja completamente imobilizado, como as vítimas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O Prémio Engenheiro Jaime Filipe é atribuído pelo Instituto da Segurança Social e é o mais alto galardão nacional para trabalhos na área de Engenharia da Reabilitação. Os trabalhos a concurso «devem contribuir para a prevenção e promoção da autonomia, reparação das capacidades perdidas, facilitação, optimização e prolongamento das capacidades físicas, psíquicas e sociais e melhoria da qualidade de vida», lê-se na apresentação do troféu.

Qualidades que o júri encontrou no “Magic Eye”. No final de Dezembro, O INTERIOR já tinha dado conta, em primeira mão, dos testes desta aplicação com Paula Costa, uma jovem com paralisia cerebral que já pode controlar o ponteiro do rato com o olhar. Apesar da qualidade atestada pelo galardão, a tecnologia está agora em fase de melhoramentos na Alemanha. Assim que um problema relacionado com as câmaras de alta definição estiver resolvido, vários “Magic Eye” já têm destino, havendo mais para quem precisar. O investigador guardense diz-se «satisfeito e admirado» com o facto de ser a primeira vez que o prémio é atribuído à mesma pessoa por duas vezes, mas manifesta também «uma grande inquietação». «Este galardão aumenta mais a responsabilidade e virá a exigir, no futuro, novas formas de trabalho que não sei até que ponto são compatíveis com a minha dedicação ao ensino», adianta. Luís Figueiredo defende ainda uma aposta na investigação que se faz no IPG, pedindo mais apoios «em termos práticos e objectivos». E reclama «condições económicas» que viabilizem trabalhos como o seu. Tal como há dois anos, os cinco mil euros do prémio vão dar continuidade ao “Magic Key”, um projecto suportado apenas pelo IPG, findo o apoio da Associação Distrital para a Sociedade de Informação.

Igor de Sousa Costa

Sobre o autor

Leave a Reply