Arquivo

Madeira Grilo quer sedes da Federação e do CDOS no mesmo terreno

Proposta foi apresentada recentemente ao secretário de Estado da Administração Interna

A Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda (FBDG) quer construir a sua sede e a do CDOS no mesmo terreno, junto ao quartel dos Bombeiros da Guarda. Madeira Grilo diz que se trata de «poupar dinheiro» ao Estado, pois o Centro Distrital de Operações de Socorro está a pagar «cerca de 3.000 euros de renda por mês». A ideia já foi apresentada a Ascenso Simões, secretário de Estado da Administração Interna, na sua recente passagem pela Guarda aquando da apresentação do dispositivo distrital de combate a incêndios.

«Não é de aceitar que, numa altura de crise, se paguem três mil euros de renda, porque em 10 anos são 300 mil euros que dariam para construir a sede», constata o presidente da FBDG. Uma renda «altíssima» que «pode muito bem ser canalizada para a construção de um espaço próprio, junto à sede da Federação», reforça, garantindo que a proposta tem várias vantagens: «Poupar-se-ia dinheiro e ligaríamos os serviços de protecção e socorro do distrito no mesmo espaço, o que era muito importante para o seu funcionamento», garante. Madeira Grilo refere que esta ideia partiu do presidente da Câmara da Guarda e que já foi transmitida «muito levemente» ao secretário de Estado da Administração Interna no passado dia 1. De acordo com o presidente da FBDG, Ascenso Simões teve um «sorriso de aprovação», mas falta «conversar sobre o assunto e fazer o plano», porque a Federação não vai trabalhar noutro sistema sem falar com o Ministério da Administração Interna. Numa conferência de imprensa realizada na semana passada, Madeira Grilo salientou ainda que a FBDG vai promover umas jornadas administrativas, na sequência dos vários problemas verificados entre comandos e direcções nalgumas das 22 associações do distrito. «Há um desconhecimento das áreas de intervenção da direcção e dos comandos, pelo que é necessário definir onde termina a actuação da direcção e onde começa a do comando», indica.

Na mesma ocasião, Gil Barreiros, vice-presidente da FBDG, deu conta da insatisfação dos bombeiros pelo facto do INEM não estar «a cumprir as suas obrigações» quanto ao material disponibilizado para as ambulâncias sedeadas nos quartéis. Assim, no caso das luvas e do material «que se vai degradando», entre outros, os bombeiros vêm-se na contingência de comprar mais porque o que vem do INEM não chega. «Não podemos ser penalizados mais uma vez por uma política economicista. Eles estão a poupar e nós a gastar», critica. De resto, o também presidente da Associação dos Bombeiros de Gouveia realça que o INEM tem vivido à custa dos bombeiros: «Se não houvesse esta disponibilidade, em muitos concelhos do interior não haveria a possibilidade de ter uma urgência pré-hospitalar montada e actuante», assegura. Também Rogério Castela, secretário técnico da FBDG , se queixou do facto das associações do distrito desconhecerem a Directiva Operacional Nacional para combate aos incêndios florestais, três dias depois desta ter sido apresentada em Lisboa «com pompa e circunstância». Trata-se de um documento que contém informações importantes para os corpos de bombeiros, pois «explica como actuam e como se organizam», até porque mudaram «uma série de coisas» em matéria de combate aos incêndios.

Ricardo Cordeiro

Sobre o autor

Leave a Reply