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“Luz verde” para Barragem da Ribeira das Cortes

Contrato de financiamento foi assinado na sexta-feira e presidente da Câmara da Covilhã desvalorizou providência cautelar

«Não vale a pena estarem à espera de mais novelas ou mais folhetins porque acabaram». Carlos Pinto “disparou” em várias direções na cerimónia de assinatura do contrato de financiamento para a construção da Barragem da Ribeira das Cortes, um investimento de 28,2 milhões de euros, que se realizou na passada sexta-feira. A sessão ocorreu precisamente três semanas depois do cancelamento da cerimónia que seria presidida pelo ministro da Economia, motivado por uma carta subscrita por 13 dos 16 municípios que integram a Águas do Zêzere e Côa a protestar contra a construção da barragem e que agora ameaçam com uma providência cautelar.

Nada que tire o sono ao autarca covilhanense: «Isso são “peanuts” [amendoins], são coisas sem interesse nenhum. A barragem vai-se fazer, o que era necessário era assegurar os meios financeiros e em 2014 estaremos a inaugurar a barragem», prometeu. Ainda sobre os 13 municípios que escreveram ao Ministério da Economia, o edil ironizou, realçando que «ou a causa é boa e estão mal defendidos ou a causa é má e não há quem os defenda». Durante a sua intervenção, Carlos Pinto sublinhou que a obra «só é possível» pela decisão do primeiro-ministro Passos Coelho, «a quem ficamos a dever esta barragem». Antes, o projeto estava «parado pela aselhice de alguns, pelo boicote de outros tantos, pela indiferença do primeiro-ministro do anterior governo e ainda derivado a figuras menores que alcançaram o Ministério do Ambiente sem saberem bem o que estavam ali a fazer».

O presidente do município reforçou que «construir uma barragem, ademais numa cidade montanheira, seja ela na Serra da Estrela, nos Pirinéus ou nos Alpes, devia ser motivo de celebração e não de reclamação, impedimento ou boicote». De seguida, o edil criticou que «só por aqui, ainda temos a bem portuguesa espertice, de quem queira resolver imbróglios onde livremente se meteu, tentando evitar obras de terceiros, como elemento para a sua salvação falimentar», deixando mais alguns recados: «Não sabem que a Covilhã não segue os caminhos que outros determinem, não sabem que é profundamente solidária na sua inserção, mas não é parva como comunidade, que a Covilhã percorre o seu caminho, autónomo e determinado, de afirmação ao serviço dos seus cidadãos e do país», sustentou. Sobre a barragem, Carlos Pinto sublinhou ser «mais um sonho realizado» e que a estrutura vai responder às necessidades de abastecimento de água de cerca de 70 mil pessoas, «dispensando mais de 100 fontes que concorrem hoje para manter o abastecimento ao concelho, com as dificuldades inerentes».

«Mesmo que houvesse uma seca total durante dois anos, a Covilhã tinha água», disse o autarca, sustentando que a barragem vai ser «uma mais-valia» para a cidade e para o concelho e também porque «vamos fazer esta obra com um pequeno contributo do município, porque serão cerca de 24 milhões de euros que entram nos cofres camarários». O edil aguarda que a obra possa ser adjudicada e iniciar-se «até final do ano». Por sua vez, o secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional sustentou que, «numa região como a da Cova da Beira e da Serra da Estrela, não é admissível que uma cidade como a Covilhã seja a segunda a ter falta de água sempre que há situações de seca no país». Almeida Henriques considerou que o investimento é de «importância inquestionável», sendo uma «infraestrutura fundamental» para a região ao resolver «o problema de abastecimento de água» no concelho. Sobre a existência da providência cautelar, Almeida Henriques assegurou que, após pareceres solicitados pelo Governo, verificou-se que «tudo foi tratado dentro do que é absolutamente legal», embora tenha admitido que «caberá aos tribunais tomar as decisões que assim entenderem». Sem se querer pronunciar sobre os argumentos da carta enviada pelos municípios contestatários, o governante frisou que o contrato foi assinado e da parte do Governo «o processo está concluído e agora há que executá-lo até 2014».

Ricardo Cordeiro Carlos Pinto e Almeida Henriques realçaram que barragem vai acabar com problema de abastecimento de água no concelho

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