Foi no dia 27 de maio de 1912 que nasceu, em Moimenta da Beira, Luís Veiga Leitão, pseudónimo do poeta Luís Maria Leitão. Concluído o curso liceal, tornou-se empregado comercial e delegado de propaganda médica.
Militante anti-fascista, foi obrigado a exilar-se devido à perseguição da polícia do Estado Novo. De 1967 a 1976 viveu no Brasil. Regressou a Portugal e fixou-se no Porto, dedicando-se à poesia, escrevendo também crónicas de viagem e de costumes. Foi ainda artista plástico, sobretudo na área do Desenho.
Foi membro do grupo literário Germinal e colaborou nas revistas “Seara Nova” e “Vértice”, tendo sido co-diretor do “Noticias do Bloqueio”. Poeta neo-realista, publicou, entre outros volumes, “Latitude” (1950) e “Linhas do Trópico” (1977). Do livro “Noite de Pedra”
(Porto, 1955) destacamos o poema “Manhã”:
-Bom dia. Diz-me um guarda.
Eu não ouço… apenas olho
Das chaves o grande molho
Parindo um riso na farda.
Vómito insuportável de ironia
Bom dia, porquê bom dia?
Olhe, senhor guarda
(no fundo a minha boca rugia)
Aqui é noite, ninguém mora.
Deite esse bom dia lá fora porque lá fora é bom dia!
Por: Américo Brito