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Luís Marques demite-se da Cruz Vermelha

Presidente da delegação da Guarda alega falta de apoio da Direcção Nacional e diz que decisão é «irreversível»

Luís Marques, presidente da delegação da Cruz Vermelha, vai renunciar ao cargo. Considerando a decisão «um dado consumado», o dirigente aponta a «falta sistemática de apoio financeiro e de coordenação» entre a delegação e a direcção nacional como as principais razões da sua demissão.

A “gota de água” aconteceu na sequência da Campanha Europeia de Segurança Rodoviária, à qual a Cruz Vermelha Portuguesa se associou. Segundo Luís Marques, a delegação guardense apenas foi informada por fax da iniciativa, não havendo mais nenhum contacto adicional, o que precipitou a decisão. No entanto, é a falta de verbas que tornam a sua continuação na presidência impossível: «Recebemos zero desde que assumimos a direcção, em 2003. O único montante disponibilizado pela direcção nacional aconteceu quando Nogueira de Brito saiu e nos concedeu 10 mil euros, mas a título pessoal», lembra o presidente demissionário, lamentando que a delegação da Guarda não seja «auto-suficiente, nem nos é possível apoiar a juventude ou a terceira idade como desejaríamos». Para Luís Marques, as verbas «minimamente desejáveis» rondam os 25 a 30 mil euros, que são «apenas migalhas dos dois ou três milhões de orçamento anual a que a direcção nacional tem direito».

No rol de reivindicações dos guardenses está ainda a alteração de estatutos para que o presidente nacional da Cruz Vermelha seja escolhido pelas delegações distritais e não nomeado de forma directa pelo Governo, como acontece actualmente. Uma proposta que não está prevista nos novos estatutos, aprovados no final de 2006, e que aguardam aprovação internacional. De resto, Luís Marques recorda que a actual direcção aceitou liderar a delegação da Guarda para que esta «não fechasse». Nessa altura, «a sede estava a cair aos pedaços e não havia sequer dinheiro para pagar aos funcionários», indica, sublinhando que entretanto foram «renovadas as instalações e comprada uma ambulância, mas com fundos da própria direcção». O presidente demissionário deseja agora «melhor sorte» ao seu substituto, dizendo haver já potenciais candidatos. Uma última reunião da actual direcção estava prevista ocorrer esta semana. A delegação da Guarda da Cruz Vermelha tem como actividades consultas médicas, cursos de socorrismo e distribuição de géneros. Presta serviços de enfermagem e possui duas ambulâncias, contando ainda com os núcleos de Figueira de Castelo Rodrigo, Seia e Vilar Formoso.

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