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Luís Filipe Pereira em Seia dia 10

Eduardo Brito quer saber qual será o futuro do hospital no contexto dos equipamentos de saúde do distrito

A poucos dias da vinda do ministro da Saúde a Seia, prevista para dia 10, e uma semana depois de ter reunido com todos os parceiros sociais do concelho por causa do novo hospital, Eduardo Brito, presidente do município, espera que Luís Filipe Pereira venha revelar qual será o futuro do Nossa Senhora da Assunção no contexto dos equipamentos de saúde do distrito. «Isso é para nós uma questão vital», avisa o autarca, sublinhando que a construção de um novo edifício é «fundamental» para a afirmação da cidade e do concelho como espaços «modernos, fortes, competitivos e atractivos».

Um desafio que Eduardo Brito quer ganhar, pois Seia tem um hospital distrital de nível 1 que não está disposta a perder de «maneira nenhuma». Esta ideia terá saído reforçada da série de encontros realizados com o movimento cívico, a Liga de Amigos do Hospital, os principais partidos políticos, a administração hospitalar e os representantes dos empresários. Uma «força» reivindicativa que o autarca considera suficiente para reclamar a construção de um novo edifício, esclarecendo que o caso deve ser tratado «estritamente» no âmbito do concelho de Seia quando confrontado por “O Interior” com eventuais apoios vindos dos concelhos vizinhos como Gouveia ou Oliveira do Hospital. Entretanto, Eduardo Brito diz ter expectativas «positivas» quanto à visita do ministro, esperando que o governante diga qual é o futuro do hospital. «Todos sabemos que não é possível construir um novo hospital de um dia para o outro, mas queremos que nos digam já como manter este a funcionar com o mínimo de qualidade», refere, classificando de «vergonha» o facto de «não haver sequer um euro para mudar actualmente a tampa de uma sanita» no Nossa Senhora da Assunção. De resto, o presidente recorda ter chegado a altura de «pedir contas» ao Governo depois de um ano «para estudar, analisar e ponderar o assunto». A Câmara já disponibilizou um terreno para a construção do novo edifício, pois em Seia «não há problemas em relação à localização, de resto nós compraríamos onde o ministério quisesse. Não nos detemos nessas ninharias, nem estamos disponíveis para isso», esclarece. Luís Filipe Pereira tinha prometido decidir até final de Setembro sobre a construção ou não do novo hospital de Seia, tendo mesmo solicitado vários elementos de ordem estrutural, funcional e produtiva para avaliar a situação do actual edifício. Mas só agora vai cumprir a prometida visita ao Nossa Senhora da Assunção para averiguar o estado das coisas, conforme afirmado à Comissão de Acompanhamento para a construção do novo hospital de Seia. Esta estrutura, formada por elementos dos partidos com assento na Assembleia Municipal, reuniu em Junho último com o governante para demonstrar a «necessidade e urgência» das novas instalações. Eduardo Brito defende ainda que esta obra deve fazer-se com investimento «totalmente público» financiado pelo Orçamento de Estado, embora não descarte a possibilidade de ocorrer uma parceria público-privada, «se para tal existirem investidores».

O actual edifício hospitalar já existe há 73 anos. A sobrelotação de doentes e a degradação das instalações têm sido a “marca” do Nossa Senhora da Assunção dos últimos anos, que tem conseguido autênticos “milagres” na prestação de cuidados de saúde. O hospital abrange os concelhos de Seia, Gouveia, Fornos de Algodres, Oliveira do Hospital, Celorico da Beira e Nelas, com uma população de 100 mil pessoas e, apesar de ser um dos mais pequenos do país (com menos lotação), tem vindo a revelar-se fundamental na prestação directa de cuidados às populações. Passou a ser distrital há cerca de 10 anos.

Luis Martins

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