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Lugar de diretor municipal é «tacho feito à medida»

Vereadores do PSD na Câmara da Guarda votaram contra a nomeação de António Patrício para aquele cargo

A proposta da nomeação de António Patrício para diretor municipal da Câmara da Guarda foi o assunto que mais discussão gerou na última reunião do executivo. Os vereadores do PSD votaram contra a proposta da presidência e Rui Quinaz considerou mesmo que se tratou de um «tacho feito à medida» do antigo diretor do Departamento de Obras Municipais da autarquia. O vice-presidente do município assegura que a criação do lugar responde a «imperativos legais».

Durante a sua intervenção em que justificou o voto contra da oposição, Rui Quinaz defendeu que o lugar foi criado para o engenheiro Patrício» e que «não é o seu currículo que está em causa», contestando o “timing” da criação do lugar «numa altura em que a Câmara passa por dificuldades financeira». Mais tarde, aos jornalistas esclareceu que usou a «palavra tacho entre aspas. Isso tem que ficar claro. Até me parece que será um pouco excessivo usar essa palavra e não me custa nada retirar essa palavra que me parece que não é muito feliz», assumiu. Reiterou que «não está em causa o perfil técnico e a competência» do visado, mas sim que «em nosso entender a figura do diretor municipal foi feita à sua medida». «Foi nesse sentido que votámos contra. Não está em causa a pessoa, está em causa que a colocação em concreto da pessoa é feita pela proximidade política e é isso que nós questionamos», reforçou. Por outro lado, defendeu que o cargo de diretor municipal representa «mais um custo acrescido» para os “cofres” do município, defendendo que a proposta de reorganização dos serviços «tinha e tem aspetos positivos mas questionámos a necessidade deste cargo porque esta função já existia antes». Assim, «não foi uma lei nova que criou agora esta função. Sempre existiu; daí que questione «porque é que a Câmara quando tinha maior disponibilidade financeira não criou este lugar de diretor municipal. Porquê só agora?», pergunta. É «esta coincidência que nos faz concluir inevitavelmente de que o lugar foi criado expressamente para uma pessoa por razões de proximidade política», reforçou.

Na resposta, o vice-presidente do município considerou que a expressão utilizada por Rui Quinaz é «uma aproximação um pouco indelicada referir-se nesses termos, quer ao lugar, quer à pessoa em questão que não necessita de um tacho nem o lugar foi criado nessa perspetiva». Virgílio Bento salienta que «por imperativo da lei, a Câmara da Guarda, tal como todas as outras a nível nacional, teve de implementar uma nova reestruturação orgânica» até ao fim do ano passado, tendo para o efeito encomendado um estudo à Universidade do Minho. Nesse documento já constava o cargo de diretor municipal e a proposta do presidente foi no sentido de «nomear para este lugar alguém que demonstrou ao longo da sua carreira profissional qualidade, competência e profissionalismo para o seu desempenho e logicamente tendo nos seus quadros uma pessoa com a competência, a valia e a qualidade do engenheiro Patrício fazia todo o sentido propor a este executivo a sua nomeação para o cargo».

Valente ausente

Joaquim Valente não marcou presença na reunião realizada na tarde de terça-feira por estar reunido com a ministra do Ambiente, tendo em vista a instalação de um parque eólico na freguesia de Videmonte, informou Virgílio Bento no início dos trabalhos. Da parte da manhã, o presidente da Câmara da Guarda não faltou à apresentação pública da lista de candidatos do PS no distrito da Guarda às eleições legislativas.

Ricardo Cordeiro António Patrício, à esquerda, já está a exercer funções desde fevereiro

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        medida»

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