Longroiva vai ter um Museu dedicado à Ordem dos Templários por iniciativa da Câmara da Mêda a instalar na Torre de Menagem do castelo daquela antiga vila medieval.
João Mourato, presidente do município, garantiu, na inauguração da exposição “Longroiva – Terra dos Templários & Termalismo”, que esse é um dos objectivos da autarquia com vista à valorização do património local e regional.
A ideia, já apoiada pelo historiador Adriano Vasco Rodrigues, e pela Junta de Freguesia local, passa pela reconversão do interior da torre em espaço museológico onde serão depositados e expostos achados arqueológicos, estudos e materiais que «retratem a história e a vida desta terra tão ligada aos Templários». João Mourato disse na ocasião que nos últimos quatro anos foram investidos em Longroiva cerca de cinco milhões de euros, principalmente, na construção do novo pólo termal e respectivo equipamento e arranjos, «um dos maiores investimentos que jamais o município realizou nas freguesias, tendo em conta a importância e o interesse para o desenvolvimento social e económico do concelho».
Para o edil, o pólo termal, a inaugurar a curto prazo, pode ser um factor «catalizador que atraia pessoas à freguesia e ao concelho», sugerindo para isso a criação de um circuito turístico que inclua, além de Longroiva, a Aldeia Histórica de Marialva, Ranhados, Casteição, Mêda e Coriscada, entre outras freguesias. Recordou que o município é constituído por algumas freguesias que até ao século XIX foram sedes de concelho que «no seu conjunto têm grande valor patrimonial com vestígios e monumentos que atestam a sua importância do passado». O autarca salientou ainda que o complexo tem um interesse supra concelhio e regional, com impacto nacional, dadas as características do empreendimento. Quanto à exposição, que vai estar patente até Junho no Posto de Turismo de Mêda, centra-se sobretudo na presença da Ordem dos Templários (mais tarde Ordem de Cristo) naquela antiga vila medieval e em estudos e achados arqueológicos.
Estão expostos o antigo Brasão das Termas (salvo de ser destruído), machados desde o Paleolítico até ao Neolítico, mós, pesos e tijolos romanos, achados do castelo, jorras de antigas fundições romanas e/ou medievais, armas medievais, adaga, uma talha ou ânfora medieval, uma capa e insígnia de templário, o Cadeirão Templário, a Pedra Votiva dos Templários totalmente inscrita nas quatro faces e cópia do Foral de D. Manuel. É possível ver ainda as Regras dos Templários, painéis salvos da Capela de São Pedro, fotografias e o Jogo dos Templários, um monólito inscrito encontrado no Castelo, entre outro material.
O espólio foi cedido para a exposição por Adriano Vasco Rodrigues (historiador e professor jubilado da Escola da União Europeia de Mool-Bégica), José Domingos (jornalista e historiador), Fernando Albino (funcionário público), Junta de Freguesia de Longroiva, Termas de Longroiva e Divisão Sócio-Cultural do município.
O professor Adriano Vasco Rodrigues, cuja infância passou em Longroiva, recordou na inauguração a reconstituição do Pelourinho em 1960, de que teve de pagar uma multa de «dois contos» por o monumento ser visto da estrada e ter sido reconstruído sem autorização da Junta Autónoma de Estradas.
A recuperação das talhas pintadas da capela de São Pedro, aquando da substituição dos altares da Capela de São Pedro que tinha sido vendido por 14 escudos para a madeira ser queimada, foi também recordada.
Lamentou a delapidação do património construído nesta freguesia e chamou a atenção para importância dos Templários na fundação de Longroiva que aqui fundaram o castelo que tem inscrito na Torre de Menagem o testemunho de que foi edificado por ordem de Gualdim Paes, Mestre da Ordem do Templo.
José Domingos