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Longroiva e Fonte Santa necessitam mais de 36 milhões de euros

Os projectos das termas da Fonte Santa (Almeida) e Longroiva (Mêda) apontam para um investimento de mais de 21 milhões de euros (4,2 milhões de contos) e de 15,6 milhões de euros (cerca de 3,1 milhões de contos), respectivamente. Montantes a realizar até 2006, altura em que se espera que os três projectos possam arrancar praticamente em simultâneo, dado tratar-se de um plano integrado. Contudo, estas iniciativas estarão mais atrasadas em termos de projectos urbanísticos que o empreendimento do Cró.

Os técnicos da Gest Well também se debruçaram sobre as potencialidades do domínio termal da Fonte Santa, situado a uma dezena de quilómetros da Aldeia Histórica de Almeida. O projecto aposta no turismo como vertente nuclear e aponta a Saúde Termal e as necessidades da terceira idade como oportunidades importantes para a sua sustentabilidade. O domínio deverá espalhar-se por uma área de 200 hectares, para cuja gestão foi aconselhada a constituição de uma “holding” envolvendo parceiros públicos e privados. Dessa gestão empresarial «rigorosa» está dependente a concretização de um projecto que envolve um total de 21 milhões de euros, devendo ser financiado em 28 por cento de capitais próprios, 26 por cento através de empréstimos bancários, 43 por cento via subsídios do programa Piter e, finalmente, três por cento através de auto-financiamento. A Câmara de Almeida apresentou o estudo aos órgãos autárquicos e a privados. Também aqui o período experimental para determinar as vocações terapêuticas da Fonte Santa está a chegar ao fim, cujos resultados estão a ser aguardados com expectativa no município que só avançará com os investimentos previstos consoante as conclusões desse estudo.

De resto, este projecto beneficia igualmente de um apoio de cerca de três milhões de euros da AIBT do Vale do Côa. No entanto, o empreendimento está ameaçado pela eventual construção de uma barragem no Alto Côa que fará desaparecer as termas da Fonte Santa à cota de cheia máxima. A autarquia, que já investiu um milhão de euros em equipamento, defendeu entretanto uma cota de enchimento inferior para aquela albufeira, uma vez que o aquífero não poderá ser deslocalizado para montante, de forma a preservar aquele património. O futuro está nas mãos do Governo, a quem caberá escolher entre o Baixo Sabor e o Alto Côa para a futura barragem. Um problema que não existe em Longroiva. Aí, os especialistas propõem a recuperação do secular pólo termal, considerando ser uma «obrigação histórica» a sua legalização e a preservação de um património natural extremamente rico. O projecto global, orçado em mais de 15,6 milhões de euros, destina-se a uma área inicial de 20,5 hectares, julgando-se «preferível» o seu redimensionamento para 38 hectares, o perímetro de concessão alargada das termas de Longroiva, ou mesmo 72 hectares, a área de desenvolvimento urbano estudada pela Gest Well.

Nessa perspectiva considera-se que a viabilidade do projecto assenta num investimento múltiplo com infraestruturas, ambiente, equipamento termal, hoteleiro, restauração e de animação, sugerindo, nomeadamente, um novo uso para o actual edifício termal que poderá acolher futuramente um Centro de Artesanato e Cultura. Até porque os técnicos recomendam o seu abandono enquanto centro termal, por ser factor de «estrangulamento» do projecto. As Termas de Longroiva ainda aguardam pelo contrato de concessão do Instituto Geológico e Mineiro (IGM) para avançar com a construção de um novo balneário termal, com custos na ordem dos 2,5 milhões de euros. Um edifício a cargo da Empresa Municipal Águas de Longroiva, Exploração e Gestão de Águas Termais.

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