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Lixeira clandestina cresce entre a Arrifana e João Bragal

SEPNA e presidente da Junta da Arrifana vão solicitar limpeza do pinhal à Câmara da Guarda

São resíduos a perder de vista. Há roupa, calçado, brinquedos, colchões, eletrodomésticos ou garrafões e até carcaças de animais, com a paisagem a confundir-se com o lixo que ocupa uma zona de pinhal entre a Arrifana e João Bragal, às portas da Guarda.

Ao longo da estrada que liga as duas aldeias são vários os pontos usados – ilegalmente – como área de despejo de materiais de construção ou outros detritos por desconhecidos, mas há uma parte que sobressai pela dimensão do lixo, cuja quantidade e degradação denunciam despejos regulares há um largo período de tempo. É num cruzamento da estrada principal com um caminho em terra que começam as descargas, sendo que as pilhas de lixo vão aumentando à medida que se avança para o interior do pinhal. Ali encontra-se um pouco de tudo, desde caixas de papelão a malas térmicas ou pneus. Os resíduos são variados: alguns deles são materiais gastos diariamente, como pacotes de leite ou embalagens de produtos de limpeza, mas também há eletrodomésticos e sofás que já tiveram melhores dias. O lixo encontra-se disperso pela estrada de acesso, de ambos os lados, tendo maior concentração em dois espaços de menor vegetação

«É um problema antigo, temos ideia de que era mais intenso há alguns anos», disse a O INTERIOR o capitão Marco Marques, do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR da Guarda. A propriedade é privada, mas os despejos de resíduos nesta «lixeira clandestina» são feitos por pessoas ainda desconhecidas, sendo que só há auto de notícia quando são apanhadas em flagrante: «Até ao momento, a GNR levantou um auto a um indivíduo, pois conseguimos provar que deixou resíduos naquele local», adiantou o oficial. Segundo Marco Marques, «formalmente, não temos queixas, mas há algumas pessoas que passam por ali e se apercebem», revelando que a Câmara da Guarda vai ser «solicitada a proceder à limpeza» do local – o que já se verificou mais vezes e é frequente neste tipo de situações.

Também Susana Pires, presidente da Junta de Arrifana, garante que vai solicitar a limpeza do espaço, dizendo que tomou conhecimento do problema recentemente. «Não recebi qualquer tipo de queixa. É um sítio que não faz parte da estrada principal e não se vê logo», afirma. Ainda assim, a autarca promete «analisar o caso, pois a intenção é agirmos para mudar aquela situação».

Sara Quelhas Os resíduos são diversos e espalham-se ao longo de vários metros

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco saraiva da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
O problema que se coloca é uma questão de cidadania. Este trabalho tem de começar nas nossas escolas para sensibilizar as crianças do momento e adultos de amanhã para a importância de saber preservar a natureza. No entanto, o exemplo tem de vir de cima, dos adultos e pais de família que têm o dever de ensinar as crianças para esta temática. É sobretudo um problema educacional e de formação cívica que está a faltar a quem procede desta maneira. Existem várias formas de travar este flagelo, como medidas de sensibilização, e, para aqueles que são apanhados em flagrante, medidas de punição que podem ir desde coimas a outro tipo de sanções. (…).
 

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