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Lista revela maçons da Guarda

Ex-autarcas e um antigo governador civil são referenciados num documento com 1.438 nomes ligados ao Grande Oriente Lusitano

Antigos presidentes de Câmara, um ex-governador civil, um administrador de empresas, um “capitão de abril” e vários políticos ligados ao distrito da Guarda são alguns dos maçons que O INTERIOR pôde identificar na lista de 1.438 nomes divulgados recentemente na Internet, através de um comentário no blogue “Casa das Aranhas”.

O caso é inédito na história da maçonaria em Portugal, tanto mais que um dos princípios desta organização é que nenhum maçon pode revelar o nome de outro. A lista publicada, e noticiada pela revista “Sábado”, diz apenas respeito aos elementos do Grande Oriente Lusitano (GOL) e estará desatualizada por algumas das pessoas referenciadas terem falecido entretanto ou já não pertencerem à organização secreta. Outra lacuna prende-se com o facto do documento revelado terminar com os nomes começados pela letra “M”. Mesmo assim fica-se a saber a que lojas pertencem, ou pertenceram, estes maçons. Alípio de Melo, antigo presidente da Câmara de Gouveia; Santinho Pacheco, ex-autarca da “cidade-jardim” e último Governador Civil da Guarda; e Almeida Santos, presidente do PS e antigo presidente da Assembleia Municipal da Guarda, estão referenciados como integrantes da loja “Fraternidade e Justiça”.

Já o major-general Augusto Monteiro Valente – falecido esta semana – integrava, entre outros, a “Redenção”, radicada em Coimbra, juntamente com António Arnaut, considerado o “pai” do Sistema Nacional de Saúde, e o médico Fernando Regateiro, atual presidente do Conselho de Administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra e ex-presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro. Da lista revelada constam ainda os nomes de Castro Guerra, administrador da Cimpor, como elemento da Loja “Liberdade”, enquanto Carlos Santos, atual secretário da Assembleia Municipal da Guarda, antigo deputado na Assembleia da República e ex-presidente da Federação do PS da Guarda, surge ligado à loja “Vinte e Cinco de Abril”. Outro dos nomes que O INTERIOR identificou foi o do ex-presidente da Câmara de Celorico da Beira. Júlio Santos, que está a cumprir uma pena de prisão por peculato e corrupção, terá pertencido à loja “Simpatia e União”, que teve como protagonistas, entre outros, o ex-sindicalista José Manuel Torres Couto e o presidente do IGESPAR, Elísio Summavielle.

Luis Martins Santinho Pacheco, último Governador Civil da Guarda, está referenciado como integrante da loja “Fraternidade e Justiça”

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