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Ladrões de perfumaria em prisão preventiva

“Abelhinha” foi assaltada na madrugada de dia 15, mas, horas depois, a PSP deteve dois dos suspeitos em Loures

Estão em prisão preventiva no estabelecimento prisional da Guarda dois dos assaltantes da perfumaria “Abelhinha”, de onde levaram vários produtos na início da semana passada num montante total de 18.250 euros. Os suspeitos, de nacionalidade romena e com idades de 20 e 21 anos, foram detidos pela PSP na manhã de dia 15, mas na zona de Lisboa, horas depois do roubo. Um terceiro elemento conseguiu escapar.

O trio foi intercetado no Infantado, em Loures, por um carro patrulha cujos agentes desconfiaram da «atitude suspeita» dos ocupantes de uma viatura, tendo sinalizado de imediato a sua paragem para efeitos de fiscalização. «Ao imobilizarem a carrinha, os três suspeitos abandonaram-na e encetaram uma fuga apeada. Após uma perseguição de cerca de cem metros, os indivíduos foram capturados», adianta a PSP num comunicado. Posteriormente, os agentes descobriram na viatura três caixas com perfumes de várias marcas, dois martelos manuais e um par de luvas, sendo que estes recipientes continham marcas de sangue e indícios de vidros estilhaçados. Indícios suficientes para associar os detidos ao roubo ocorrido na “Abelhinha”, no Largo Frei Pedro, a cerca de 20 metros da esquadra da PSP local. Após a detenção, por suspeita de furto qualificado, a polícia apurou que os dois homens já estavam referenciados pela prática do mesmo tipo de crimes em Portimão e são suspeitos de também terem sido autores de outros crimes de furto na Guarda, nomeadamente na loja “Rouparigas”.

A dupla foi presente ao juiz do Tribunal da Guarda no dia 16 para primeiro interrogatório judicial, tendo sido determinada a sua prisão preventiva até ao julgamento. Talvez vexada pelo facto do roubo ter acontecido nas suas “barbas”, a PSP não demorou a atuar e sinalizou rapidamente as características deste trio pelas esquadras do país, tendo sido determinante a ajuda das filmagens das câmaras de vigilância da perfumaria, que captaram a forma rápida e organizada como atuaram os larápios, bem como as características do veículo utilizado na fuga. A par disso, a polícia prometeu intensificar os patrulhamentos noturnos nas ruas comercial do centro histórico. A captura destes assaltantes parece ter posto fora de serviço outros amigos do alheio, já que a cidade viveu uns dias mais calmos na última semana. A exceção foi uma “visita” às instalações da Cruz Vermelha, na madrugada de segunda-feira, de onde furtaram um portátil e um projetor, numa valor de cerca de 1.500 euros. Já na passada quinta-feira o alvo dos ladrões foi o antigo restaurante “Alameda”, na Alameda de Sto. André, encerrado há alguns meses, desconhecendo-se o que levaram.

Guardenses preocupados com assaltos

Jorge Sousa

«Isto está a tomar proporções, não direi dramáticas, mas sérias. E as pessoas terão que começar a pensar nesta situação, uma vez que é constante este tipo de assaltos e a população já se sente insegura, porque não é a primeira vez que há assaltos a estabelecimentos comerciais e alguns até mesmo com algum dramatismo».

Helena Albuquerque

«Estou preocupada porque a nossa terra era pacata, familiar, onde toda a gente se conhecia. E agora, com estes assaltos, começamos a pensar se a nossa cidade não é já um meio grande. A população aumentou muito, há muitas etnias diferentes, tudo mudou a todos os níveis. Já estou reformada e não saio muito. As horas e os sítios para onde saio não são tão suscetíveis de haver assaltos. Mas para quem trabalha à noite ou sai mais pode tornar-se complicado».

Maria Isilda Baltazar

«Fico preocupada porque vivo sozinha. Já não saio de casa à noite, mas durante o dia há certas ruas em que não passo, porque houve uma noite em que uns rapazes foram assaltados na Rua Direita. Há muito tempo que já evito certas ruas. É necessário haver mais policiamento, mas não pode haver só de dia, porque de noite é muito mais necessário. É preciso haver mais polícias na rua, porque os que vejo é só para passar multas. Antes ainda percorriam as ruas a pé, agora é só de carro e continuamos assim… Numa cidade como a Guarda, que é uma “cidade-aldeia”, com estes problemas, não sei para onde vamos caminhar. Estamos muito mal neste aspeto, todos os dias há assaltos. Tem de haver mais segurança, até porque as pessoas se comportam de maneira diferente quando há polícia por perto»

Otília Santos

«Sou proprietária de um estabelecimento na Rua do Comércio e estou muito preocupada porque, efetivamente, é raro o mês em que não haja um assalto nesta rua, que é uma zona central, por isso, imagino como será nos arredores, na periferia. Lamento muito que as nossas forças de segurança só sirvam para multar sempre que estacionamos mal o carro. É a única coisa que eles fazem. A função da polícia tem de ser a de proteger o cidadão e salvaguardar os seus bens, mas neste momento não tem sido isso. Os assaltos já não são de agora, mas verifica-se que tem sido cada vez pior. Eu tenho receio. À noite, seja em que rua for, tenho receio de sair e penso que, como eu tenho, muito gente também tem».

Luis Martins Assaltantes já estavam referenciados pelas autoridades por furtos em Portimão e na Guarda

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