Arquivo

Kubik rende-se ao groove

Alter ego musical de Victor Afonso lança terceiro disco no TMG, que edita “Psicotic Jazz Hall”

O jazz é o novo mundo de inspiração e experimentação de Kubik – aliás, Victor Afonso, que apresenta o seu mais recente trabalho no sábado à noite. “Psicotic Jazz Hall” é editado pelo TMG, onde decorre o concerto de lançamento.

Passados seis anos sobre “Metamorphosia”, este é o terceiro álbum de originais e o último da trilogia iniciada em 2001 com “Oblique Musique”. O título inspira-se num disco do músico francês Pascal Comelade, “Psicotic Music Hall”, sendo que este projeto explora a matriz do jazz fundindo-a com o rock, a eletrónica e músicas do mundo, cujo resultado é a música mutante e a procura de novos desafios criativos. Kubik é o projeto de música eletrónica de Victor Afonso, artista da Guarda com larga experiência musical no rock, na improvisação, na música experimental e na eletrónica. A sua música cruza vários géneros e é fortemente influenciada pelo imaginário cinematográfico. Manipulação eletrónica, free-rock, jazz, hip-hop, ambient, world-music, metal, breakbeat, música de “cartoons”… todas estas diferentes sonoridades se fundem num grande caldeirão de estilos e estéticas que é o universo kubikiano.

O percurso começou há 13 anos com os Prémios Maqueta 1999. Dois anos depois foi revelação musical para o jornal “Público”. Seguiram-se dois discos, ambos aclamados pela crítica especializada e incluídos nos melhores dos respetivos anos por várias publicações: “Oblique Musique” (2001) e “Metamorphosia” (2005). O primeiro valeu-lhe um convite do plurifacetado Mike Patton (Faith No More, Mr. Bungle, Fantômas) para abrir o concerto dos Fantômas na Aula Magna em 2004. O álbum de estreia foi editado pela Zounds Records e a sua interminável experiência ciberdigital valeu ao malabarista Victor Afonso o epíteto de «único álbum “moderno” de 2001», como o classificou João Lisboa, crítico musical do “Expresso”. No segundo, Kubik descobriu as vozes. De Adolfo Luxúria Canibal, Old Jerusalem, Américo Rodrigues e César Prata, reais ou sampladas.

O projeto Kubik tem merecido o aplauso da crítica desde 1998, após a edição de duas maquetas intituladas “Cry Sound” e “Radio Mutation”, que lhe valeram inúmeros Prémios Maqueta, instituídos pela editora Deixe de Ser Duro de Ouvido. Desde então tem atuado em diversos festivais e na Casa da Música, Teatro São Jorge, ZDB, Paredes de Coura, colaborado com dezenas de artistas e remisturado vários temas para coletâneas. Compôs ainda música original para três filmes mudos e também para espetáculos de bailado, teatro, exposições, curtas-metragens e performances. Na década de 80, Victor Afonso integrou o grupo guardense Nihil Aut Mors, de que foi um dos fundadores.

O projeto Kubik tem merecido o aplauso da crítica desde as maquetas “Cry Sound” e “Radio Mutation”

Kubik rende-se ao groove

Sobre o autor

Leave a Reply