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Juros da dívida portuguesa e grega mantêm descida

Rentabilidade das obrigações dos dois periféricos do euro aumentou significativamente

As yields das obrigações gregas (OG) e das Obrigações do Tesouro (OT) português no prazo a 10 anos prosseguem a trajetória de descida no mercado secundário da dívida. Desde o final de 2013, as yields das OG diminuíram quase dois pontos percentuais e as relativas às OT um pouco mais de um ponto percentual. Abriram hoje em 6,7 por cento e 4,69 por cento respetivamente, segundo dados da Investing.com.

No caso das OT a 10 anos, as yields estão em níveis de abril de 2010 e no caso das OG em mínimos desde março de 2010, antes do primeiro resgate a Atenas realizado em maio desse ano.

Por seu lado, a rentabilidade anual (nas últimas 52 semanas) da dívida obrigacionista grega (atualmente concentrada em três maturidades, a 10, 15 e 30 anos) disparou para níveis recorde. Ontem fechou em 61,88 por cento; no final do ano passado registava 47,72 por cento. No caso da dívida portuguesa, a rentabilidade subiu ontem para 14,7 por cento, um “salto” face ao final do ano passado, quanto registava 9,62 por cento, então, muito atrás da rentabilidade da dívida espanhola e irlandesa.

Recorde-se que as duas dívidas são consideradas especulativas pelas agências de rating.

Draghi reafirmou legitimidade do programa OMT

O Banco Central Europeu (BCE) voltou a reafirmar ontem a sua política monetária «acomodativa» pelo período que for necessário e sublinhou que o programa OMT de aquisição ilimitada de obrigações no mercado secundário em determinadas maturidades, anunciado em setembro de 2012, «está pronto para ser ativado em caso de necessidade».

Mario Draghi, o presidente do BCE, sublinhou que esse programa é compatível plenamente com o mandato de estabilidade de preços, discordando da posição tomada pelo Tribunal Constitucional alemão.

O programa OMT – ainda não concretizado – é considerado uma garantia pelos investidores internacionais que tomaram ou continuam a tomar posições nas dívidas especulativas (como a portuguesa, cujo Tesouro já regressou a emissões obrigacionistas, e a grega, que planeia regressar ao mercado primário no segundo semestre deste ano) e nas dívidas com grau médio inferior (como a irlandesa, espanhola e italiana).

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