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Júlio Santos com sede de campanha em frente à Câmara de Celorico

Apesar de condenado por corrupção passiva, branqueamento de capitais e peculato, advogado continua apostado em reconquistar a autarquia

Não obstante ter visto recentemente o Tribunal da Relação de Coimbra agravar para seis anos e meio a pena de prisão por corrupção passiva, branqueamento de capitais, peculato e abuso de poder, Júlio Santos não abdica de tentar reconquistar a Câmara de Celorico da Beira. O advogado, que está também proibido de exercer quaisquer cargos públicos nos próximos cinco anos, é até o primeiro candidato a possuir sede de campanha.

Um primeiro andar, localizado mesmo em frente aos Paços do Concelho, foi o sítio estrategicamente escolhido para acolher uma estrutura que está «aberta a todos. Seja bem vindo quem vier por bem», garante o blogue do MAJUSP – Movimento de Apoio Júlio Santos Presidente (http://js2009.blogspot.com/). As bandeiras e um “outdoor” também não passam indiferentes aos transeuntes. Já a Praça da República, no largo do Tribunal, está ornamentada com um cartaz de grande dimensão com publicidade ao MAJUSP. No passado mês de Fevereiro, o ex-autarca de Celorico da Beira viu o Tribunal da Relação de Coimbra agravar a sua condenação, que era de cinco anos e 10 meses de prisão. No entanto, o recurso para o Supremo Tribunal de Justiça, que tem efeitos suspensivos da sentença, já seguiu. E em caso de nova decisão desfavorável, ainda há a hipótese de recorrer para o Tribunal Constitucional.

Na sua “carta de apresentação de candidatura”, o ex-autarca garante que não se candidata «para ajustar contas com ninguém, nem com o passado», mas sim porque lhe pedem «todos os dias que o faça e, porque sei que posso continuar a ser uma mais-valia para a melhoria de vida daqueles que ainda têm esperança e querem continuar a viver na nossa terra». Assegurando que não se vai candidatar por «nenhum partido político», uma vez que vai avançar como independente e apoiado por um Movimento de Cidadãos (MAJUSP), Júlio Santos revela que são três as «principais razões» porque decidiu avançar: «Candidato-me porque quero, e porque ninguém me pode impedir de o fazer. (E também não sou homem de deixar as coisas a meio)!», é a primeira. A segunda tem a ver com o facto do desenvolvimento do concelho ter «estagnado» desde que deixou a presidência da Câmara, cargo que ocupou entre 1993 e 2002. Assim, assegura que «tudo» fará para que Celorico «volte a ser um lugar onde seja apetecível viver, volte a reinar a esperança e os jovens voltem a acreditar no futuro». O terceiro motivo tem a ver com uma «questão de justiça». «Fui sério e honesto quando suspendi e a seguir renunciei ao mandato que me destes para que a justiça funcionasse. E o que é que fez a justiça? Nada mais que uma inadmissível ingerência na política», afirma.

Ricardo Cordeiro “Outdoor” e bandeiras assinalam a sede de campanha do ex-autarca

Júlio Santos com sede de campanha em frente
        à Câmara de Celorico

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