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Jovem da Covilhã procura apoios para voltar a andar

Viagem a Cuba pode dar a Luís Matos a possibilidade de recuperar a mobilidade

Sem razão aparente, a 27 de Junho de 2000, as pernas de Luís Matos ficaram paralisadas. Foi-lhe diagnosticada uma lesão medular que o inibiria de andar para o resto da vida. Quase oito anos depois, um médico cubano trouxe-lhe alguma esperança. O primeiro passo custa três mil euros, mas o jovem da Covilhã não os tem, pelo que apela à solidariedade de todos para ir a Cuba procurar respostas – e sem garantias de cura.

Desde aquele dia, Luís Matos já foi acompanhado por cerca de 10 médicos, passou por cinco unidades hospitalares e, entretanto, foi operado a uma escliose. Aos 21 anos estuda Engenharia Informática na Universidade da Beira Interior (UBI) e conta com o apoio da comunidade académica. Há um ano ouviu falar de um especialista cubano que trabalha em Portugal e, numa consulta, ficou a saber que não há qualquer razão para que a lesão tenha ocorrido naquele momento. Pouco tempo antes da lesão, Luís Matos tinha feito uma TAC à coluna devido a uma queda e, nessa altura, nada foi detectado: «Ou o exame foi mal feito ou alguém viu e não disse nada», sentencia o jovem, sem querer entrar em polémicas sobre uma eventual negligência. Actualmente, «não há risco da lesão aumentar», explica, mas desde o acidente, quando tinha 14 anos, que muitas coisas ficaram por explicar. Durante os tratamentos foi-lhe dito que a lesão era congénita e que a coluna não tinha crescido como deveria, ficando «fragilizada e desprotegida».

Nunca ficou explicado por que rebentou, nem provado que a causa fosse algum esforço particular naquele dia. Luís Matos continuou a procurar outras opiniões e o médico cubano trouxe-lhe alguma esperança. Segundo esse clínico, a lesão não deveria ter acontecido, pelo menos com os contornos e dúvidas com que surgiu. Por isso, o médico acredita que o jovem está «mal diagnosticado», sugerindo uma ida a Cuba, onde a medicina de reabilitação está muito avançada, para que lhe seja feito um estudo pormenorizado. «Sabendo-se a causa, talvez se consiga um tratamento que me permita voltar a andar», refere o estudante. Para esse diagnóstico, Luís Matos precisa de três mil euros, verba de que não dispõe e que servirá para pagar os gastos na clínica: alojamento, alimentação, acompanhante e uma equipa médica exclusiva durante oito horas diárias de trabalho intensivo.

De fora ficam as viagens, «um problema que se resolverá depois», e os custos que um tratamento posterior poderá envolver. Tudo dependerá do diagnóstico e do tratamento sugerido, onde se pode enquadrar uma nova cirurgia. Se vier de Cuba com boas notícias, os encargos com uma recuperação podem chegar aos 10 mil euros. Até ao momento já reuniu mais de mil euros em donativos de empresas e particulares. Os interessados podem ler sua história e procurar as formar de contribuir no blogue que criou, em www.rumoacuba.blogspot.com.

Igor de Sousa Costa

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