O novo mundo é um espaço onde a informação tem uma enorme importância. Mas o absurdo é que a informação é sempre diminuta em relação à realidade. Assim, temos gente que parte os discursos, que trunca os raciocínios, que reduz ao ridículo a opinião. O contraditório nem sempre é cumprido e a imagem das pessoas é desfocada, apoucada, distorcida e diminuída. Um jornalista resolve “pegar numa informação” e leva-a com palavras fortes à capa de um jornal. O cidadão é surpreendido com uma realidade ou uma perfídia, mas como o podemos distinguir, nós que lemos a peça? Espera-se do jornalista que investigue, que tente perceber os factos, que os transmita de modo sério e perceptível. Espera-se do quarto poder a exposição da verdade e a denúncia do inaceitável. Espera-se a revelação daquilo que outros poderes tentam bloquear. Espera-se que haja lisura na exposição das pessoas e haja contraditório. Todos temos o direito à presunção de inocência e o direito à dignidade. Um cidadão a quem um amigo tira uma foto feia deveria ter o direito de destruir aquela imagem. Nós somos o que há em nós e o que projectamos para fora e aquilo que os outros nos observam. E temos o direito de que tudo isso seja no mínimo justo. As denúncias dos casos de José Sócrates parecem ser um somatório de falsidades ou de tergiversações. Na terça-feira, com o arquivamento do processo, ganha a justiça e ganha Portugal. Perde o quatro poder que fez demasiada perfídia sobre um cidadão. A conjugação viciosa dos factos levanta suspeição e a teoria da conspiração pode fomentar imagens sujas e desonestas do que o não é. Eu, aqui e hoje, me confesso surpreso do resultado, pois o meu raciocínio navegava nessas águas do 4º poder.
Por: Diogo Cabrita
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