O Nobel da Literatura não descobriu propriamente o segredo para o sucesso das aldeias históricas da Beira Interior, mas não deixa de ser de louvar o desafio que lançou durante a sua passagem por Castelo Rodrigo. Apesar de a região concentrar a grande maioria das aldeias históricas do país, a proximidade nunca pareceu suficiente para as conseguir unir numa rota efectiva. Saramago, que muito antes de haver “Aldeias Históricas” já falava dos afectos e belezas de terras como Marialva ou Sortelha na sua “Viagem a Portugal”, sugere algo tão simples como a complementaridade, o conjunto, o agregar para contrastar com a actual postura individualista e isolada com que cada uma das autarquias “trabalha a sua aldeia”. «É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já» (in Viagem a Portugal). E esse recomeçar, aqui, pode ser o pensar as “Aldeias” como um conjunto uno e indissociável.
