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José Carlos Venâncio

Pró-reitor

Apesar de ter nascido em Angola, José Carlos Venâncio, professor catedrático do departamento de Sociologia, tem raízes profundas no distrito da Guarda. O pai era natural de Vale da Mula (Almeida) e foi nessa aldeia raiana que José Carlos Venâncio passou a infância. Hoje, com 49 anos de idade, continua a manter as relações de amizade do passado e a frequentar assiduamente a sua terra, integrando mesmo os corpos sociais da associação desportiva e recreativa local.

A sua ligação à UBI começou quando preferiu a Covilhã a um convite para dar aulas no Zimbabwe. «Tinha a minha mãe aqui. O aspecto pessoal contou bastante e esta era uma região de que gostava», justifica. Assim sendo, José Carlos Venâncio mudou-se para a Covilhã em 1988, um ano depois da licenciatura em Sociologia ter arrancado na instituição. «Vim para uma universidade que estava a iniciar-se, mas empenhei-me no projecto e continuo a assumi-lo. E hoje é-me difícil abandonar a UBI, porque muito da minha juventude ficou aqui. É como abandonar um filho», confessa, considerando ter contribuído «imenso» para a construção da Universidade da Beira Interior nos últimos 16 anos. Na sua opinião, a UBI está no caminho certo para se posicionar como «uma das boas e melhores universidades portuguesas», porque tem vantagens: «Somos uma universidade mais pequena e mais aberta», indica, sublinhando que o factor geográfico já não se coloca com as actuais vias de comunicação. O único obstáculo ao crescimento da UBI continua a ser o «Estado jacobino» que tem Lisboa como o «centro de tudo», lamenta.

Mas apesar de todo o dinamismo da instituição «ainda há muito a fazer», considera, principalmente na componente de investigação. «É a última etapa», refere, uma vez que a UBI já está consolidada em termos pedagógicos. Quanto à aproximação das três instituições de ensino superior da região, o professor defende um maior «reforço» dessa cooperação, apesar de já existirem «relações estreitas» entre politécnicos e universidade. «Temos que pensar em termos de região, de país, e não em termos de “capela”. Criávamos mais-valias e reforçávamo-nos», garante. Mas, primeiro que tudo, haverá que definir os objectivos de cada instituição. «Há alguma incerteza, alguma indecisão quanto aos objectivos daquilo que é o ensino universitário e politécnico e como integrá-los. Do ministério não têm vindo directrizes claras a esse respeito e isso tem dificultado um bocado o nosso relacionamento», considera.

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