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Jorge Torrão substitui Paula Simões na Câmara da Covilhã

Ex-vereadora renunciou ao cargo ao fim de dois meses devido a razões da sua «vida pessoal e profissional»

Paula Simões, número três da lista socialista que foi eleito para a Câmara da Covilhã nas autárquicas de 29 de setembro, renunciou ao cargo de vereadora no final da semana passada, invocando razões da sua «vida pessoal e profissional». Jorge Torrão, quarto nome da equipa liderada por Vítor Pereira e que era adjunto do presidente, passa a ocupar o lugar deixado vago.

Em comunicado enviado às redações, Paula Simões garante que se dedicou com «total entrega ao exercício das funções» que assumiu durante pouco mais de dois meses e revela ter dado «início a um conjunto de projetos importantes e essenciais à concretização do programa que foi sufragado nas eleições». Ainda assim, a professora assegura que as «razões pessoais e profissionais» que a levaram a renunciar ao mandato não a «impedem de continuar a trabalhar com a equipa camarária, como aliás é meu desejo e do presidente da Câmara, nomeadamente em projetos relacionados com o sector agrícola». Por último, Paula Simões deseja que a «renovada equipa camarária possa contribuir para a concretização do programa sufragado nas eleições de 29 de setembro». A vereadora tinha os pelouros da Cultura, Educação, Escolas e Ações de Apoio à Juventude; Ação Social – Apoio à Infância, 3ª Idade e Cidadãos com mobilidade reduzida; Desenvolvimento Rural; Defesa do Consumidor; Gabinete Técnico Florestal e Áreas Protegidas; Gestão dos Museus e do Parque Habitacional.

Contactado por O INTERIOR, o presidente do município escusou-se a tecer comentários, afirmando «nada» ter a «acrescentar ao comunicado» da ex-vereadora. Vítor Pereira apenas confirmou que Jorge Torrão passou «automaticamente» a ocupar o lugar de vereador, sendo os respetivos pelouros conhecidos na reunião do executivo de amanhã. Esta demissão apanhou de surpresa os vereadores da oposição. Pedro Farromba, do Movimento Acreditar Covilhã, assume ter ficado «surpreendido» porque, «passado tão pouco tempo das eleições, é estranho que haja já uma fratura deste tipo e que se verifique a saída de alguém que tinha pelouros importantes e que foram bandeiras durante a campanha». O vereador independente sustenta que esta situação surge no seguimento de «muitas confusões e inúmeros problemas reveladores de grande desorientação» no seio da maioria e que a «sede de poder era tanta que a prepotência torna certas ações irrealizáveis», recordando ainda as declarações de Pedro Leitão, presidente da União de Freguesias de Cantar Galo e Vila de Carvalho eleito em listas do PS, que afirmou não aceitar «ser tratado por ninguém de forma agressiva ou ameaçadora, seja ele vereador ou Presidente da República».

Também Joaquim Matias reconhece ter sido apanhado «com alguma surpresa» pela saída de Paula Simões, embora, «conhecendo a postura e a liberdade de pensamento da vereadora, já tinha pensado que isto poderia vir a acontecer». O vereador do PSD acredita que esta demissão esteja mesmo relacionada com «a sua não total liberdade de poder concretizar as ideias que se propunha colocar no terreno». Por último, José Pinto também confessou ter sido «uma surpresa» a saída de Paula Simões, até porque lhe pareceu que se tratava de uma pessoa «muito empenhada e muito interessada em fazer um bom trabalho». Contudo, o vereador da CDU já antevia que «pelo que me pareceu ser o ambiente de tanta confusão no seio da maioria socialista, e sendo ela uma pessoa íntegra, não seria fácil aguentar».

Ricardo Cordeiro Paula Simões garante que vai «continuar a trabalhar» com a equipa camarária

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