Na edição nº 887 de O INTERIOR, de 22 de dezembro, fui visado num direito de resposta assinado por Peres d’Almeida sobre uma crónica que redigi com o título “Papas, Bolos, Tolos e coisas que tais”, publicada na edição de 8 de dezembro de 2016.
Nesse direito de resposta confessou V. Exa. a sua perplexidade e indignação e referindo-se à «verdade dos factos». Se V. Exa. tivesse estado verdadeiramente atento ao que escrevi teria tido poucos motivos para tais sentimentos. Na verdade, teria percebido que no que concerne aos «factos» me limitei a citar o arquiteto Nuno Martins e a sua crónica “Álvaro Malamado, o esventrador de memórias”, datada de 17/11/2016 e publicada n’O INTERIOR, quando o mesmo afirmou, e volto a citar, «o filho do construtor que lhe emprestou a sede de campanha».
Aguardei durante quatro semanas, expectante, pelo exercício do direito de resposta a essa crónica por parte de V. Exa. ou do destinatário da mesma. Como tal não aconteceu, assumi o direito de me referir ao assunto nos mesmos termos que vinham de trás.
Falando de «perplexidades», não quero crer que o pormenor de ter sido V. Exa. a pronunciar-se sobre este assunto, e não o próprio Dr. Álvaro Amaro, tenha alguma relação com o facto de um familiar de V. Exa. ter recentemente acedido por concurso a um emprego numa certa instituição pública local, aonde viria a ser classificado em segundo lugar após a realização de uma simples entrevista, quando na avaliação curricular prévia se encontrava classificado, entre 27 candidatos, em último lugar, ex aequo com outros candidatos que, nessa avaliação, obtiveram a mesma classificação.
Afirmo-lhe convictamente que se eu tivesse sido candidato ao referido concurso teria, aí sim, tido razões para ficar imbuído desses seus sentimentos de «perplexidade» e «indignação» perante a verdade irrefutável de tais factos.
Recomendo-lhe por isso de futuro uma melhor identificação dos cronistas a quem julgue que deve dirigir os seus desinteressados impulsos sobre direito de resposta.
Jorge Noutel