Expetativas furadas. Sabugal e Mêda, segundo e primeiro do Distrital da Guarda, não conseguiram desfazer o nulo inicial e a questão do título continua totalmente em aberto com as duas formações separadas por apenas um ponto quando há três jornadas para disputar. O “jogo do título” atraiu muita gente ao Municipal raiano e algum aparato policial.
Apesar de não poder contar com o goleador Batata, expulso na jornada anterior, a Mêda entrou melhor e esteve muito perto de marcar logo no primeiro minuto, mas o remate acrobático de Patoilo saiu ligeiramente ao lado. Aos 12’, foi a vez de André Barra, na marcação de um livre, forçar Fred a uma intervenção atenta. O Sabugal não conseguia sacudir a pressão dos visitantes e, volvidos dois minutos, o guardião raiano voltou a negar o golo num remate de Tibério. As primeiras oportunidades da equipa da casa aconteceram aos 23’ e 27’, através de livres diretos de Carvalhinho e Sérgio que Zé Luís parou sem grandes dificuldades. Pouco depois da meia-hora, Carvalhinho entrou na área com espaço e rematou para boa defesa do guarda-redes medense. A dois minutos do intervalo, a Mêda voltou a criar perigo, mas Jean rematou torto após um lance de contra-ataque.
O segundo tempo foi mais equilibrado, embora pertencessem aos visitantes as melhores ocasiões. Aos 60’, Tibério, dos melhores em campo, protagonizou um excelente lance individual e, após driblar vários adversários, viu Fred negar-lhe o golo com mais uma boa defesa. Aos 75’, Camilo cobrou um livre à entrada da área com o esférico a sair por cima. Passados cinco minutos, a Mêda voltou a desperdiçar mais uma excelente ocasião, quando André Barra cabeceou para nova boa intervenção de Fred. Aos 82’, as duas equipas ficaram reduzidas a 10 unidades por expulsão de Salcedas e Camilo, que se empurraram mutuamente, numa decisão que desagradou às duas formações. O Sabugal intensificou a pressão na parte final, mas o melhor que conseguiu foi um remate de Sérgio de fora da área que saiu ao lado. O trabalho do trio de arbitragem, liderado por Pedro Afonso, fica manchado pela dupla expulsão em que nos pareceu ter havido excesso de zelo.
No final, Marco Capela estava resignado com um empate que deixa tudo em aberto: «Tudo é possível ainda, mas agora já não dependemos só de nós. Temos de esperar que a Mêda escorregue. Foi um resultado com sabor a derrota, embora a Mêda tenha tido as melhores ocasiões de golo. Talvez acusássemos um bocadinho a ansiedade e a pressão do jogo», reconheceu o técnico do Sabugal. Também Artur Lobão, treinador da Mêda, admitiu que «ainda não está nada decidido», lembrando que faltam três jogos «com três adversários complicados». Quanto ao jogo, declarou que «acaba por ser um bom resultado, mas vínhamos à procura da vitória e tivemos oportunidades para marcar».
Ricardo Cordeiro