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Joaquim Valente elege emprego como prioridade

Autarca da Guarda dedicou parte do discurso de tomada de posse à actual situação da Delphi

Joaquim Valente ainda acredita que a Delphi pode vir a «conhecer melhores tempos» e a repensar os despedimentos previstos na fábrica da Guarda. «Mantemos a expectativa de que o número de pessoas dispensadas possa ser menor», disse o presidente da Câmara na tomada de posse, na semana passada, num discurso em que elegeu a criação de emprego e a captação de investimento como prioridades para os próximos quatro anos.

«Tudo temos feito, em conjugação com o Governo, para que esta realidade tenha expressão o mais tarde possível», recordou, referindo-se ao despedimento de 500 efectivos até Março na fábrica da Guarda-Gare, com a maioria a sair ainda este ano. Para o presidente da Câmara, que reforçou a maioria absoluta socialista nas últimas autárquicas – elegendo o quinto vereador, mais importante é que «a empresa se mantenha na Guarda», independentemente do que venha a acontecer até Março, e que a autarquia seja capaz de atrair novos investimentos. «Para que nenhum cidadão precise de sair do concelho na procura de emprego», salientou. No centro da estratégia está a PLIE – Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial, que se mantém como projecto-âncora, tendo Valente reafirmado que há «cerca de duas dezenas de operadores interessados» em instalar-se no espaço.

«A Câmara prosseguirá numa atitude de total abertura, permanente apoio e maior rapidez nos procedimentos, para que todo e qualquer investimento seja gerador de emprego e riqueza», assegurou o edil. Outro dos grandes objectivos para este segundo mandato está no equilíbrio das contas, que Joaquim Valente espera conseguir através da criação de um fundo imobiliário, de forma a rentabilizar bens imóveis da autarquia. O edil quer ainda apostar na imagem da Guarda, numa política de divulgação assente numa marca. Relativamente a obras, referiu a variante da Sequeira e a alameda da Ti’Jaquina, como ligações a concretizar nestes quatro anos, anunciando ainda que vai continuar a apostar em parcerias público-privadas para a requalificação do mercado municipal, central de camionagem e quartel da GNR. Quanto aos pelouros, Joaquim Valente assume o Planeamento Financeiro, Economia, Investimento e Recursos Humanos, Ordenamento do Território, Ambiente, Obras Públicas, Protecção Civil e Relações Internacionais.

Virgílio Bento fica com Educação e Cultura, Apoio às Freguesias e Gestão dos Fundos Comunitários, enquanto Vítor Santos é responsável pelas áreas das Actividades Económicas, Qualidade e Modernização Administrativa, Gestão Operacional, Obras Particulares, Serviços Municipalizados e Desporto e Tempos Livres. A estreante Elsa Fernandes tem a tutela da Acção e Inserção Social, Comunicação e Imagem e ainda Marketing Territorial. Já Gonçalo Amaral, outra cara nova, tem a seu cargo a Juventude, Serviços Municipais da Higiene, Limpeza e Qualidade de Vida, Saúde Pública, Zonas Verdes e Trânsito. Recorde-se que Crespo de Carvalho, que liderou a candidatura social-democrata, renunciou ao mandato, pelo que os vereadores do PSD são Rui Quinaz e Ana Fonseca.

Almeida Santos reeleito presidente da AM

Na Assembleia Municipal, a presidência volta a estar a cargo de João Almeida Santos. «Uma função que voltarei a desempenhar com dedicação, lealdade e muito trabalho e, sobretudo, com o afecto de quem ama as suas próprias raízes», disse. Na tomada de posse dos novos órgãos, houve ainda espaço para as intervenções dos partidos com assento na AM. João Correia, do PSD, sublinhou que o concelho se tem desenvolvido «aos solavancos», lamentou a «taxa de execução inferior ao previsto» nos grandes projectos e falou num «espírito construtivo e de entreajuda». Do lado do PS, Nuno Almeida criticou Crespo de Carvalho: «Em democracia, temos de estar preparados para ganhar e perder». No CDS, Cláudia Teixeira propôs, a propósito da crise da Delphi, a criação de um gabinete de crise para o emprego, com a participação de várias entidades e associações. Já Aires Dinis (CDU) focou-se também no caso da fábrica da Guarda-Gare, antevendo que «tudo se vai complicar», e na defesa do hospital e maternidade. Também o BE abordou os despedimentos naquela fábrica, com Nuno Leocádio a mostrar-se preocupado com a consequência «avassaladora» dos despedimentos.

O equilíbrio das contas é outro dos objectivos de Valente

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