O vereador eleito pelo PSD na Câmara da Covilhã, Joaquim Matias, é desde sexta-feira o novo vereador a tempo inteiro do executivo de maioria PS. O antigo vereador de Carlos Pinto assumiu os pelouros do urbanismo, segurança e proteção civil.
As novas funções de Joaquim Matias vêm na sequência de um convite de Vítor Pereira, no final do ano passado, quando o presidente justificou que é necessário «dotar os vários departamentos e serviços municipais com titulares políticos». O social democrata explica agora que, «após um aturado processo de conversações mútuas» e da «análise cuidada e ponderada da situação atual e futura da Covilhã e das suas gentes», decidiu aceitar o convite do atual executivo covilhanense. O mesmo não fez José Pinto, vereador da CDU a quem também foi endereçado um convite semelhante. Para Joaquim Matias, este acordo tem «enfoque exclusivo nos superiores interesses da Covilhã e dos covilhanenses», garantindo que foi tida em conta a «difícil situação económica e financeira atual», que exigem «um maior controlo das despesas, com uma rigorosa gestão financeira» para que município possa recuperar «a sua normal capacidade de gestão corrente, sem perder de vista o cumprimento dos desígnios da Câmara».
O facto de neste último mandado o executivo covilhanense se ter deparado com a redução do número de vereadores eleitos no executivo, também pesou na sua decisão, bem como «a necessidade de se constituir uma maioria clara que assuma e implemente uma estratégia e ação governativas», disse a O INTERIOR o vereador da oposição. De resto, PS e PSD rejeitam a hipótese deste acordo se tratar de uma «perda de autonomia partidária», pois «cada um sustenta princípios e ideologias diferentes, mas ambos têm em vista a recuperação da Covilhã e de Portugal», acrescenta. O antigo candidato à Câmara da Covilhã refere ainda que «não podemos desresponsabilizar-nos dos compromissos assumidos com aqueles que nos elegeram e em nós acreditaram», confiando que esta é uma medida necessária para «fazer renascer a esperança num futuro promissor».
Relativamente ao apoio da concelhia do PSD, Joaquim Matias fala de «unanimidade» nesta decisão. Quanto às quatro demissões apresentadas no Grupo de Estudos da concelhia covilhanense desvaloriza-as referindo que «apesar do Grupo de Estudos ter sido criada pela concelhia, não faz parte dos estatutos», admitindo ainda não saber as razões das demissões apresentadas.
Por sua vez, Vitor Pereira, em declarações à Rádio Cova da Beira, felicitou o social-democrata pela decisão e afirma que «é um dia importante para a Covilhã e para a afirmação da cidadania no nosso concelho». O presidente da Câmara também rejeitou que este acordo seja «uma coligação», pois «não tem outro propósito que não seja a governação camarária e é restrito ao horizonte temporal do presente mandato». Vítor Pereira também endereçou um convite similar ao vereador eleito pela CDU, José Pinto, que foi recusado com a justificação de que «o partido não pode entender como sério um convite que vem acompanhado de um conjunto de compromissos e opções claras e bem definidas» com as quais a Coligação «não concorda nem alinha».