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Joaquim Careira acusa Álvaro Amaro de «gestão ruínosa»

Vereadores socialistas continuam sem aceitar investimentos do executivos em esculturas para as rotundas

«Este executivo já mostrou que é festas, bolos e estátuas», disse Joaquim Carreira, no final da reunião da Câmara da Guarda, na passada quarta-feira. O vereador da oposição considera que a autarquia «gasta como se tivesse um poço sem fundo de dinheiro» e fala em «gestão ruinosa, que não reflete as necessidades da população, a captação de investimento e a criação de postos de trabalho».

Os eleitos do PS já fizeram as contas ao investimento que o atual executivo tem realizado em rotundas: «Em três anos são cinco esculturas em rotundas num período tão delicado. Como é possível que uma Câmara que usa o argumento de estar em recuperação financeira gaste, de repente, aquilo que a subida do IMI lhe deu a mais», afirmou Joaquim Carreira, para quem a dívida de 91 milhões de euros anunciada no início do mandato por Álvaro Amaro «é uma falácia». A resposta da maioria chegou pelo vice-presidente da Câmara, que presidiu à sessão por Álvaro Amaro se encontrar de férias. Carlos Chaves Monteiro rejeitou as críticas e contrapôs que o atual executivo tem feito «uma gestão consciente, responsável e capaz, porque não há desenvolvimento do território sem finanças públicas sãs e equilibradas». E lembrou também que o município passou a pagar «a tempo e horas» aos seus fornecedores.

Carlos Chaves Monteiro sublinhou que neste momento verifica-se um «equilíbrio financeiro» e justificou-o com números relativos à dívida da autarquia. Segundo o autarca, a 30 de setembro de 2013 a dívida era de «60.421.769 euros, estando no primeiro semestre deste ano em 34.172.706 euros». Na reunião do passado dia 10 o executivo aprovou por unanimidade a adjudicação da requalificação do parque municipal à empresa João Tomé Saraiva por 274 mil euros. A obra tem um prazo de 270 dias e o abate de árvores previsto voltou a ser alvo de comentários por parte dos eleitos socialistas. «Não basta dizer que é necessário, não há um relatório que diga que se justifica», lamentou Joaquim Carreira, considerando que a morte dos peixes e patos do lago «ainda não está devidamente justificada». Já as críticas que surgiram nas redes sociais relativamente ao corte de árvores são «naturais» para o socialista. «As pessoas têm um sentido de posse em relação ao que é de todos nós. E não é por terem mandatado alguém através de um voto para gerir o património do concelho que há autoridade ou moral para fazer o que lhes dá na bolha», criticou o vereador.

A propósito, o eleito da oposição lembrou ainda a declaração de Álvaro Amaro na inauguração das esculturas da Avenida 25 de Abril, quando disse «quer gostem quer não gostem eu vou fazer». Para Joaquim Carreira, esta atitude «vinda de um político é interpretada como arrogância e autoritarismo». Acusações que Chaves Monteiro chamou de «falsas», dizendo que «vêm de alguém que não está atento ao que se passa na nossa cidade». Segundo o vice-presidente, umas das preocupações do executivo é «divulgar cada vez mais aquilo que faz e não é por acaso de que projetos importantes, como o do parque municipal ou da Avenida Cidade de Salamanca, têm sido objeto de reunião nas instalações da Câmara». No entanto, Joaquim Carreira retorquiu declarando que a apresentação dos projetos «passa ao lado da maioria da população» por ser feita em dias de semana. Quanto ao corte de árvores, o número dois da Câmara desvalorizou e sublinhou que «hoje temos uma cidade mais verde, não há um problema de falta de árvores».

Adjudicada requalificação de ruas na Estação

Durante a última reunião de Câmara foi ainda apreciada e votada a proposta de ratificação de apoio financeiro à associação Geopark Estrela, no valor de 15 mil euros, dividida em quatro pagamentos. O executivo deliberou abrir concurso para o fornecimento de energia elétrica, no valor 1,6 milhões de euros, e votou por unanimidade a adjudicação da requalificação dos espaços públicos da Rua da Corredoura, Rua das Camélias, espaço público da igreja e Avenida da Igreja, na zona da Estação. A empreitada será realizada pela empresa O2S.

Ana Eugénia Inácio Obras de requalificação do parque municipal entregues à empresa João Tomé Saraiva, por 274 mil euros

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