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João Raimundo nega acusações

Segundo o JN, o ex-presidente do IPG é acusado de quatro crimes de peculato, dois de falsificação de documento, um de coacção grave e um de coacção

«Já estou habituado a estas divagações. As acusações não são verdadeiras. São irreais e ridículas». Este é o comentário que João Raimundo faz à notícia que o Jornal de Notícias publicou na edição da última sexta-feira, onde se afirma que o ex-presidente do Instituto Politécnico da Guarda foi constituído arguido num processo em que é acusado pelo Ministério Público (MP) do Tribunal Judicial de Coimbra de quatro crimes de peculato, dois de falsificação de documento, um de coacção grave e um de coacção. Já a sua mulher, Marília Raimundo, é também acusada, no mesmo processo, de um crime de abuso de poder. De acordo com aquele diário, em causa está a gestão dos destinos da Associação de Beneficência Augusto Gil, entre 1999 e 2003, investigada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Tribunal Judicial de Coimbra, na sequência de denúncias anónimas averiguadas pela Inspecção Geral do Ministério do Trabalho e pela Polícia Judiciária. Segundo o JN, na qualidade de presidente da direcção daquela instituição, o ex-presidente do IPG é acusado, entre outros crimes que lhe são imputados, de ter desviado dinheiros públicos para outros fins que não os do interesse da associação. Segundo a mesma fonte, em meados do ano 2000, a partir de rasura de factura, João Raimundo terá tentado obter vantagem patrimonial de cerca de cinco mil euros, da publicação de um livro. Ainda no mesmo ano, o dirigente, alegadamente agindo de forma deliberada, livre e consciente, terá debitado, afirma o JN, à instituição material promocional que ofereceu a uma das listas concorrentes à associação de estudantes do IPG. Também em 2000, o arguido terá ordenado o pagamento de um cheque de 157.950 escudos (790 euros), resultante de dois projectos de levantamento arquitectónico junto à sua residência, indica aquele diário. Antes, em 1999, de acordo com o Jornal de Notícias, Raimundo terá comprado cinco mobílias de quarto e móveis de cozinha para a sua casa, a coberto de outras aquisições, cuja factura de 585 mil escudos (2.925 euros) viria a ser paga pela Augusto Gil. Situações que, segundo a acusação, configuram a prática de quatro crimes de peculato a que se juntam dois de falsificação de documento. Sobre o antigo presidente do IPG impendem ainda crimes de coacção (um deles agravado), por, em Julho de 2001 e em Março de 2003, ter induzido duas funcionárias da Associação de Beneficência Augusto Gil a prestar falsas declarações sobre um técnico da instituição, sob a ameaça de despedimento em caso de recusa, diz o JN. Quanto à ex-Governadora Civil do distrito da Guarda, em cumplicidade com uma directora de serviços, terá obrigado uma funcionária a participar criminalmente contra um colega por alegada prática de crimes de abuso sexual de deficientes. À partida, segundo o Jornal de Notícias, Marília Raimundo saberia que o pretendido não correspondia à verdade. Contactado por “O Interior”, João Raimundo garante que a acusação sobre o caso concreto da publicação do livro é «ridícula», garantindo que a publicação em questão «foi paga pelo jornal “Nova Guarda” que depois o distribuiu e vendeu», sublinha. De resto, assegura não ter ganho um tostão com o livro, de que é autor. No entanto, não se alongou em mais comentários, dado o processo estar em segredo de justiça.

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