João Queiroz, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, foi eleito na segunda-feira reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) para os próximos quatro anos, com o Conselho Geral a encontrar o vencedor na segunda volta de votações. Numa “final” disputada com o reitor em exercício, Santos Silva, João Queiroz conseguiu o voto de 16 conselheiros, garantindo assim a maioria. A implementação do Gabinete de Qualidade é a grande prioridade para o eleito.
O Conselho Geral da UBI, constituído por 29 conselheiros, acabou por optar por cingir a anunciada votação por exclusão a apenas duas rondas, afastando logo na primeira os dois candidatos menos votados. Foram eles os catedráticos António Fidalgo, presidente da Faculdade de Artes e Letras, e Jorge Barata, do Departamento Aeroespacial, que obtiveram apenas três e cinco votos, respectivamente. Nesta primeira fase João Queiroz conseguiu 11, contra nove para Santos Silva. Já na segunda volta, o reitor em exercício ficou a quatro do rival, com 12 dos 28 conselheiros presentes a confiarem-lhe o seu voto. Segue-se agora o cumprimento dos prazos previstos no Código do Processo Administrativo, que incluem um período de 10 dias úteis para eventuais reclamações, a homologação por parte do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a publicação dos resultados em “Diário da República”, devendo a tomada de posse acontecer na primeira quinzena de Maio.
«Estou muito contente e motivado com a confiança que o Conselho Geral depositou em mim», refere João Queiroz, que defende «uma mudança tranquila e necessária» rumo à implementação de uma cultura de qualidade na instituição, como forma de responder aos novos desafios do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) e da ENQA – European Association for Quality Assurance in Highter Education. Para tal, será necessário o apoio de toda a comunidade académica, política e empresarial, sustenta. No campo político, João Queiroz apela a um acordo entre os diferentes partidos para que seja possível «repensar a parte financeira e de sustentabilidade das universidades». A cultura de qualidade pensada pelo novo reitor deverá ser transversal a toda a universidade, incluindo ensino, serviços e investigação. Nesse sentido, João Queiroz coloca a criação do Gabinete de Qualidade, que surge no contexto do RJIES, no topo da lista de prioridades que quer implementar de imediato.
Este gabinete será coordenado por um professor com experiência em processos de monitorização de qualidade. Aliado a este surgirá também o Gabinete de Ensino, onde serão abordadas questões como a taxa de insucesso de disciplinas, avaliação, formação de professores, problemas e metodologias de ensino, entre outros. No campo da investigação, João Queiroz quer criar já o Instituto Coordenador de Investigação e destaca a disponibilização de um fundo de convergência científico, destinado àqueles que ainda não conseguiram publicar, e a atribuição de prémios de mérito. Para o novo reitor – que não adianta para já a equipa que o vai acompanhar nos próximos quatro anos, outras acções urgentes estão na nomeação do administrador da universidade, na instalação dos novos órgãos das faculdades e departamentos e ainda na definição de estratégias para reforçar a internacionalização da UBI.
Eleito o primeiro Provedor do Estudante
Na segunda-feira, o Conselho Geral apreciou ainda uma proposta apresentada pelos alunos para a escolha do primeiro Provedor do Estudante da universidade. Em causa esteve apenas um nome. Trata-se de um antigo estudante de Sociologia da UBI, Pedro Pombo, actualmente a terminar o doutoramento na Universidade de Salamanca. A proposta surgiu de uma escolha consensual entre os cinco conselheiros eleitos pelos alunos, a direcção da Associação Académica e os diferentes núcleos de estudantes.
