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Jerónimo de Sousa criticou Cavaco na Covilhã

Secretário-geral do PCP lamentou que «o Governo nada tenha feito» para evitar o encerramento da Vesticon

Jerónimo de Sousa participou no último domingo num comício na Covilhã, onde criticou declarações do Presidente da República em defesa do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). O secretário-geral do PCP discursou no GIR do Rodrigo no âmbito da campanha nacional que o Partido Comunista tem vindo a desenvolver sob o lema “Lutar contra as Injustiças, Exigir uma vida melhor”.

No dia anterior, Cavaco Silva felicitou o novo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, sublinhando que Portugal precisa de estabilidade. «Neste momento, independentemente de se gostar ou não gostar do PEC, temos que nos colocar na posição de defender Portugal perante o estrangeiro», defendeu o PR. Na resposta, o líder comunista contestou esta posição: «Veio o senhor Presidente dizer que o PEC defende o país. Estranha forma esta de defender o país. Não é isto que diz a Constituição da República Portuguesa», contra-atacou. Isto porque para Jerónimo de Sousa, o PEC «constitui uma repetição de agravadas receitas, medidas e orientações que tantos sacrifícios, desigualdades, injustiças, têm imposto à maioria do povo português», justificou. «É um programa que vem acrescentar crise à crise», reforçou. O líder comunista criticou ainda o facto de estar previsto retirar 715 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde até 2013 e questionou as privatizações, referindo, por exemplo, que as aldeias do interior vão ficar «ainda mais abandonadas» com a privatização dos CTT. No panorama geral, para o líder comunista, a emigração «continua a ser a solução que este Governo reserva para os trabalhadores portugueses». Para além do PEC, o desemprego foi outro tema dominante na intervenção do líder comunista, que lamentou que «o Governo nada tenha feito» para evitar o encerramento das confecções Vesticon e saudou os trabalhadores «que ainda lutam» pela sobrevivência das confecções Carveste e Proudmoments. Jerónimo de Sousa apelou a uma «forte mobilização que faça do próximo 1º de Maio uma grande jornada de luta dos trabalhadores portugueses».

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