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JCP contra «aumento brutal» das propinas na UBI

Jovens comunistas consideram que montante deliberado será penalizante para a universidade e os alunos

O aumento «brutal» das propinas na Universidade da Beira Interior foi segunda-feira criticado pela comissão regional de Castelo Branco da Juventude Comunista Portuguesa (JCP). Segundo esta estrutura distrital, as propinas são «barreiras de classe» que impedem os jovens de prosseguirem os estudos e que não permitem «a criação da mão-de-obra qualificada», acusa Rui Mota, para quem a educação «deve ser um direito» e não reger-se pelo «princípio de utilizador-pagador, em que quem quer educação que a pague». «A diminuição de vagas, o encerramento de cursos e o numerus clausus encaixam na perspectiva deste e de outros Governos de elitizar o ensino», acusa a JCP. Os 700 euros de propina a cobrar durante este ano lectivo na UBI são, para Rui Mota, penalizantes para a sobrevivência da instituição e também dos alunos. «A UBI tem problemas de atracção de estudantes e de fixação. Com estas propinas, não vão atrair mais estudantes», refere, ainda para mais quando «sai mais barato ir para as escolas privadas da área de residência», temendo que muitos alunos peçam transferência para outras universidades ou que desistam de estudar.

A «privatização do ensino» é outro factor que o jovem comunista aponta como negativo para os estudantes e que na UBI já se torna evidente com a privatização de bares, residências, papelaria e bolsas pagas aos estudantes pelos bancos (bolsas empréstimos com taxas de juro baixas que a UBI aprovou antes do fim do ano lectivo passado). Para além disso, considera que o valor da propina não vai servir para «aumentar» a qualidade do ensino, mas para «pagar contas correntes». Embora considere a deliberação do Senado uma «decisão política», Rui Mota atribui as culpas ao Governo, que tenta assim «desresponsabilizar-se» ao atirar a “batata quente” para as universidades e «querendo fazer com que os estudantes sejam inimigos das suas universidades». A JCP prepara-se para lançar uma campanha nacional para denunciar estas questões através de um cartaz, um documento e cheques que os estudantes irão assinar para entregarem ao Ministério da Ciência e do Ensino Superior.

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