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IPG vai aumentar as propinas

Politécnico da Guarda e UBI queixam-se de falta de apoio por parte do Estado e ponderam medidas para aumentar receitas

O valor das propinas do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) deverá subir já no próximo ano lectivo. Esta é uma das soluções previstas por Jorge Mendes para aumentar o volume de receitas próprias da instituição. «O orçamento proveniente do Estado não chega», justifica o presidente do IPG, considerando que «não há outra forma de contornar as dificuldades».

De resto, Jorge Mendes explica que os actuais 700 euros de propinas «estão abaixo da média dos restantes Politécnicos». Ainda assim, e sem querer adiantar valores concretos, assegura que o aumento «não será significativo». A contenção de despesas tem vindo a ser «uma preocupação» na gestão do Politécnico, de tal forma que o presidente revela que «nos últimos dois anos, muitos docentes têm leccionado em mais do que uma escola». Entretanto, com os dias contados está o curso de Informática para o Turismo, leccionado na Escola Superior de Turismo e Telecomunicações (ESTT), de Seia, que este ano lectivo recebeu apenas 16 alunos. No entanto, Jorge Mendes revela que será criado outro curso, de Restauração e Catering. Confirmou-se esta semana que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) vai deixar de financiar os cursos com menos de 20 alunos. No IPG, é o caso de Engenharia Topográfica, que, na média dos últimos três anos, não atingiu os números exigidos pelo Governo.

No entanto, Jorge Mendes está optimista e garante que a licenciatura vai continuar a ser financiada, até porque «só existe no Algarve», argumenta. Segundo o “Jornal de Notícias” de terça-feira, o MCTES terá enviado um ofício a uma série de instituições de Ensino Superior, com algumas “sugestões” de contenção de despesas. A não renovação de contratos a docentes, o aumento das propinas ou a venda de património são algumas das medidas sugeridas. A Universidade da Beira Interior (UBI) não foi “contemplada” com o documento. Segundo Santos Silva, apenas estão em causa «as universidades que em 2007 receberam um complemento de financiamento por estarem em situação de ruptura financeira». Ainda assim, o reitor não poupa críticas à política actual para o ensino superior. «É inadmissível que este ano o Governo exija que as universidades paguem 11 por cento sobre a massa salarial à Caixa Geral de Aposentações e que tenhamos que suportar os 2,1 por cento dos aumentos salariais», acusa, acrescentando que «enquanto os encargos aumentam, as transferências por parte do Estado diminuem».

Para Santos Silva, aumentar as propinas para equilibrar as contas está fora de questão, pois a UBI já pratica a propina máxima, «à semelhança da generalidade das universidades». Por isso, será necessário «reduzir nas despesas em que ainda é possível fazê-lo». Mas recusa “cortar” no pessoal: «Temos áreas novas e estamos num momento de expansão em matéria de alunos, não podemos por docentes na rua, aliás, até estamos em fase de recrutamento de novos docentes», revela. Nos últimos anos, a UBI fechou os cursos de Engenharia Mecânica, Electrotécnica, Têxtil e do Papel. Actualmente, a licenciatura em Matemática também não reúne os 20 alunos exigidos pelo ministério, mas Santos Silva garante que vai continuar aberto, até porque «já há dois anos que está a funcionar sem financiamento do Estado».

Rosa Ramos

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