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IPG com cerca de mil novos alunos

Nas três fases do concurso nacional de acesso ao ensino superior foram colocados na Guarda cerca de 400 caloiros

Preocupado com a redução do número de candidatos ao ensino superior, Constantino Rei adverte que «se nada for feito, o ensino politécnico estará a caminhar para o abismo». No presente ano letivo, o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) recebeu perto de mil novos estudantes, mas apenas pouco mais de um terço ingressou através do concurso nacional de acesso.

O presidente do IPG revelou a O INTERIOR que nas três fases do concurso nacional de acesso ao ensino superior foram colocados na Guarda cerca de 400 caloiros. A estes acrescem perto de 150 que garantiram o ingresso através dos concursos especiais, transferências e reingressos, bem como do acesso para maiores de 23 anos, o que permitiu atingir uma taxa de ocupação de aproximadamente 70 por cento. A estes haverá ainda que somar «entre 320 a 330 alunos» provenientes de CET’s (Cursos de Especialização Tecnológica), permanecendo ainda alguma indefinição em relação às turmas de Almeida e de Figueira de Castelo Rodrigo, e «entre 100 a 120 que se inscreveram em mestrados». Dos alunos que frequentaram CET’s – formação pós-secundária não superior que visa conferir qualificação do nível 5 –, ingressaram este ano no Politécnico «à volta de 50». Deste modo, no total, o IPG vai receber cerca de um milhar de novos estudantes neste ano letivo, números que estão «muito próximos» dos registados em 2012/2013.

Constantino Rei reconhece que esta era uma situação já «expectável» e, simultaneamente, «preocupante». Isto porque o concurso nacional de acesso ao ensino superior foi «mau» para o Instituto guardense. «Não há que estar a esconder», assume, considerando que o número total de mil alunos é «razoável». Contudo, o presidente do IPG admite que «não é a mesma coisa entrarem 300 alunos em CET’s, com a duração de um ano, do que em licenciaturas em que ficam, pelo menos, três anos». O responsável diz mesmo que «se nada for feito, em termos de adequação da oferta aos cursos, o ensino politécnico pode estar a caminhar para o abismo», pois «a situação é preocupante e exige algum tipo de medidas». A nível nacional, os politécnicos vão receber quase 20 mil novos estudantes neste ano letivo, sendo um quarto dos quais proveniente dos concursos especiais, transferências e reingressos, assim como do acesso para maiores de 23 anos e CET’s.

Esta realidade contrasta com os números finais do concurso nacional de acesso, que apontavam para uma ocupação média de 55 por cento das vagas iniciais dos politécnicos. As taxas variavam entre os 91 por cento do Politécnico do Porto e os 25 por cento do de Tomar. As três fases do concurso nacional de acesso colocaram 12.240 estudantes nos politécnicos, a que se juntam outros cinco mil, que assim preenchem as quase 18 mil vagas inicialmente existentes neste subsector do ensino superior. Em declarações ao “Público”, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) realçou ser «muito importante salientar a capacidade que os politécnicos demonstram para inserir no ensino superior mais portugueses para além dos que se candidatam pelo regime geral». Joaquim Mourato sustentou ainda que estas oportunidades de entrada alternativa no sector são «insubstituíveis» no quadro da qualificação dos recursos humanos em Portugal.

Ricardo Cordeiro Constantino Rei admite que «não é a mesma coisa entrarem 300 alunos em CET’s do que em licenciaturas»

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