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IPG atrai 543 caloiros na primeira fase

ESE da Guarda foi a mais procurada das Escolas Superiores de Educação do país

As listas da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior já saíram. Agora é hora do balanço. Este ano, tal como em 2003, nove em cada dez alunos conseguiram entrar na universidade ou no politécnico. De fora ficaram pouco mais de cinco mil estudantes, que vão poder concorrer na segunda fase. De acordo com o Ministério da Ciência, Inovação e Ensino Superior (MCIES) houve uma ligeira descida das notas, que se deve sobretudo à política de aumento das vagas. No Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foram preenchidas 71 por cento das vagas disponibilizadas pelas quatro escolas, já que só 543 lugares foram ocupados dos 769 postos a concurso, «menos onze que no ano passado», lamenta Jorge Mendes, presidente do IPG.

Um cenário que ainda assim não desagrada. Até porque aponta duas situações distintas: uma em que o número de colocados «é muito bom», como é o caso da Escola Superior de Educação da Guarda (ESEG), de Enfermagem e de Turismo e Telecomunicações, de Seia, «com percentagens de colocação que rodam os cem e 91 por cento», sublinha o presidente. E outra menos boa na Escola Superior Tecnológica e Gestão (ESTG), que tem uma percentagem de 42,7 por cento de colocados, «ligeiramente abaixo dos números do ano passado», ou seja, com menos treze alunos, esclarece Jorge Mendes. Em 2003, o IPG conseguiu preencher 72 por cento das vagas disponibilizadas. A ESEG e a Enfermagem têm exactamente o mesmo número de colocados, enquanto que Turismo e Telecomunicações recebe este ano mais dois alunos. O que significa que no total, e em relação ao ano passado, para o mesmo número de vagas, «o saldo é positivo», considera o presidente do IPG. Antecipando um balanço final e esperando que apareçam mais candidatos na segunda fase, Jorge Mendes está confiante que «o número de alunos vai ser semelhante ao do ano passado ou com mais alguns», uma vez que acredita que as vagas em aberto serão «facilmente» preenchidas na segunda fase de colocação.

ESEG em primeiro lugar

A Escola Superior de Educação da Guarda (ESEG) conquistou o primeiro lugar da primeira fase de colocações de alunos nas catorze Escolas Superiores de Educação públicas do país. Em termos de resultados apurados, a escola da Guarda conseguiu uma taxa de ocupação de 94 por cento, enquanto a ESE do Porto obteve 93 por cento e Leiria ficou-se pelos 92 por cento, ocupando estas instituições os três primeiros lugares, respectivamente, das escolas mais procuradas. Seguindo-se a ESE de Setúbal, Coimbra e Lisboa, enquanto que Castelo Branco e Viseu ocuparam os últimos lugares da tabela na região Centro. Joaquim Brigas, director do ESEG, regozija-se pelo facto da escola ter sido, na sua área, «a mais procurada no país pelos estudantes», acrescentando ainda que houve um acréscimo de um por cento relativamente ao ano anterior. Quase todas as vagas foram preenchidas na primeira fase, à excepção do curso de Professores do Ensino Básico (variante Educação Musical), onde restam nove vagas por ocupar; Ensino Básico (1º Ciclo) com quatro; e Comunicação e Relações Económicas, somente com uma vaga disponível. Por isso os valores concretos referem que das 240 vagas iniciais destinadas àquela instituição apenas sobraram 14 para a segunda fase. Para o director da escola, os dados falam «por si» e «comprovam que a estratégia da ESEG obteve resultados positivos».

Médias sobem na ESTG e diminuem os alunos

Para a Escola Superior de Tecnologia e Gestão da Guarda (ESTG), o cenário ficou muito aquém das expectativas. No entanto, o director da escola, Jorge Leão, aguarda com esperança que a segunda fase seja melhor, até porque este «é o primeiro ano sem a segunda fase de colocações», justifica. Apesar dos maus resultados obtidos, principalmente nas Engenharias, onde os cinco cursos juntos não alcançam os quarenta alunos. Milagrosamente, Engenharia Topográfica e Mecânica «melhoraram comparativamente com o ano passado», salienta o director. Mas outros não tiveram essa sorte, caso de Civil e Informática, que «diminuíram o número de alunos», reconhece o responsável. Nas Engenharias é que foi «bastante problemático», lamenta Jorge Leão, recordando ser esta uma tendência nacional. Noutros casos «baixaram o número de alunos e subiu a nota mínima», sendo por isso necessário contextualizar os números, refere o responsável da ESTG. Apesar das muitas vagas que ficaram por ocupar, há também um caso de sucesso no curso de Marketing, que preencheu as 50 vagas disponíveis. Face a estes resultados, o director da ESTG garante que vai haver uma «maior aposta» na divulgação da escola na região no próximo ano. Isto porque «temos muitos alunos da primeira opção», mas é preciso cativar as pessoas da região, constata. Nesta primeira fase registaram-se menos treze alunos do que no ano passado, altura em que «já se tinha registado um acréscimo relativamente há dois anos», recorda Jorge Leão. Segundo o director, é preciso «repensar a quantidade de cursos que existem pelo país», pois esta multiplicação pode colocar «em risco alguns cursos e até algumas escolas». Exemplo disso é o curso de Engenharia Civil, que está «espalhado» por Portalegre, Covilhã, Guarda, Lamego, Viseu, Oliveira do Hospital e Coimbra.

Patrícia Correia

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