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Internet para todos, será?

Claro que não, para lá da ribeira de S. Domingos, a Norte do centro urbano, existe um fosso tecnológico que se chama Vila do Carvalho, porquê? Ninguém sabe. Sem acesso a televisão por cabo, a Internet de alta velocidade por cabo, a telefone sem taxa fixa e com uma cobertura de Banda Larga ADSL deficiente, importa falarmos um pouco disto…

O desenvolvimento no concelho da Covilhã não passa a Norte, pelos vistos, pelo menos ao nível tecnológico, não me refiro a iniciativas pontuais de diversas entidades no que concerne à criação de acessos públicos de Internet. Refiro-me ao acesso da população em geral à tecnologia, aos benefícios claros e óbvios, e profundamente democratizantes, do investimento nas tecnologias como forma de combater também as desigualdades crescentes na nossa sociedade (…).

Na terra da Lã e da Neve, onde outrora viviam em grande número os que, com as suas mãos, fiaram e teceram milhares de quilómetros de fio, não lhes chega hoje um simples cabo com talvez alguns fios para que os seus filhos e os seus netos saibam e tenham acesso de forma também mais económica a todo um mundo que está para lá da ribeira de S. Domingos.

O que é que queremos preservar na Vila do Carvalho? O meio ambiente? Claro que sim. (…) mas e então as pessoas? Não são elas o essencial de tudo… O que fazemos e o que poderemos fazer para fixar a população na nossa querida terra, já sei, não criar condições não rever o PDM e tornar isto num sítio pouco aprazível. Perdoem-me a ironia, mas, por favor, tomem-na a sério. Segundo Balzac, há uma expressão inevitável que me ocorre: «A alegria só pode brotar de entre as pessoas que se sentem iguais».

João Paulo Baptista, Vila do Carvalho (Covilhã)

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