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Informação clínica electrónica – uma questão essencial

O Governo Português tem eleito os sistemas informáticos da saúde como uma das prioridades governativas. Têm feito parte dos programas dos governos e assim foi no governo anterior e é no actual. Tanto importância o governo tem dado a estas matérias que tem disponibilizado através do Programa Operacional da Saúde, Saúde XXI, programa financiado pela Comunidade Europeia, rubricas para esta finalidade.

Dentro das várias linhas disponibilizadas uma das fundamentais tem a ver com o processo clínico digital. O processo clínico digital é um sistema de informação em que todas as informações de saúde de um determinado cidadão estão reunidas e disponíveis de forma electrónica sem necessidade de suporte em formato de papel ou outra física. Nele também estão incluídos os resultados de exames de todos os tipos desde exames radiológicos, analises etc.

Todas as informações novas são directamente introduzidas nessa base de dados ficando imediatamente disponíveis a quem estiver autorizado a aceder-lhes. Estes novos sistemas são apontados internacionalmente como fundamentais e estruturantes para a edificação de sistemas de saúde modernos e eficazes.

A informação de saúde contem geralmente dados confidenciais, pormenores sobre a vida dos cidadãos que pela sua natureza íntima e pessoal tem que estar muito bem protegidos e apenas acessíveis a quem estiver para tal autorizado.

A legislação portuguesa reforça estes direitos e responsabiliza as instituições de saúde pela correcta protecção e salvaguarda da informação a sua responsabilidade. A Comissão Nacional para a Protecção de Dados entidade que supervisiona o cumprimento das leis referentes a estas matérias, em recente inspecção a várias instituições de saúde veio mais uma vez sublinhar a necessidade de utilização de sistemas digitais para esta finalidade.

Para um cidadão as vantagens dum sistema a funcionar plenamente são muitas e vão desde a rapidez de acesso a informação – o tempo de teclar. A integração de informação – Todos os registos poderão estar disponíveis, independentemente do seu número e da variedade dos acessos ao sistema de saúde. A segurança – os registos são feitos em formato claramente legível, ultrapassando as habituais dificuldades da “letra do médico”, as alergias e outros alertas estão disponíveis sempre desde a sua introdução, e o sistema restringe o acesso a profissionais autorizados. Pode haver intercâmbio de informação rápida e completa entre médicos situados em locais diferentes (por exemplo entre o médico de família e o médico do hospital).

È por tudo isto que vários hospitais portugueses estão em fase de desenvolvimento de processos clínicos digitais. Hospitais empresarializados e do sector público administrativo, de norte a sul do país.

O Centro Hospitalar faz parte desse grupo da frente e actualmente está a desenvolver um projecto utilizando aplicações como o Alert, o SONHO/SAM/SAPE. O projecto visa que até o fim do ano de 2006 os Hospitais da Covilhã e do Fundão e o Departamento de Saúde Mental estejam a trabalhar na área clínica sem necessidades de utilizar papeis nas funções quotidianas. O projecto tem incluido varias vertentes em candidaturas ao Programa Saúde XXI que foram analisadas por especialistas de vários organismos da área da saúde de vários departamentos do Estado tendo obtido parecer e decisão favorável. Entre vários candidatos os projectos do CHCB foram seleccionados e financiados e o Centro Hospitalar tem vindo a equipar-se e modernizar-se nestas áreas recorrendo a fundos comunitários em percentagens de 75% do total de financiamento.

Por: Miguel Castelo Branco

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