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Inês Tavares na 1ª pessoa

Um dia, enquanto estava sozinha no meu quarto, li uma notícia já antiga num papel solto. Duas mortes, dois corações partidos, uma vida inteira deitada fora. Por minutos tudo me pareceu insignificante: a vida, o amor, eu mesma. Depois pensei que este era o tema perfeito para escrever. Imaginei um dia muito chuvoso, porque odeio chuva mas reconheço-a um fenómeno lindo. Quando peguei na caneta e no papel tentei começar e … não sabia escrever chuva. Todo o texto e o estilo que o envolve gira à volta da minha tentativa de transpor para o papel as minhas sensações e as sensações de dois corações. Assim, todo o meu texto é uma tentativa. Uma sinestesia enorme que retrata um ciclo que todos percorremos.

Escrever sou eu a tentar evadir-me e só resulta fruto de uma prática constante. No fim, acabo por descobrir que nunca fujo, mas que sempre me encontro. E ganhar este Prémio foi surpreendente e, ao mesmo tempo, maravilhoso.

Inês Tavares na 1ª pessoa

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