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Industriais de lanifícios querem mais apoio de Bruxelas

Abertura de mercados vai acontecer a 1 de Janeiro de 2005

O presidente da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), José Robalo, considera insuficientes as medidas da Comissão Europeia para atenuar o impacto da abertura de mercados em Janeiro de 2005, em especial face à China. O dirigente reivindica, nomeadamente, «o uso mais expedito» das cláusulas de excepção, como acontece nos Estados Unidos.

«Estou farto de dizer que as medidas são necessárias, mas não suficientes», refere José Robalo, para quem o anúncio das medidas «é sobretudo político, para acalmar associações, e não passará disso». Recorde-se que a Comissão Europeia anunciou na semana passada a adopção de uma proposta para a eliminação das quotas de importação de produtos têxteis a partir de 1 de Janeiro de 2005, que inclui um sistema de controlo das importações chinesas. «A União Europeia respeitará estritamente a obrigação acordada na Organização Mundial do Comércio (OMC) de eliminar as quotas relativas ao têxtil e vestuário antes de 2005», explicou o comissário para o Comércio, Pascal Lamy. «Mas vamos vigiar estreitamente as importações após esta data, para poder reagir em caso de perturbações graves no mercado, utilizando procedimentos autorizados pelas regras da OMC», acrescentou a Comissão Europeia, num comunicado. No entanto, segundo o presidente da ANIL, o Conselho de Mercadorias da OMC já está a fazer a monitorização do comércio da China e «a Europa está a assistir, como todos os outros membros da OMC». Outras medidas anunciadas, para salvaguarda da contrafacção, aposta na investigação e desenvolvimento (I&D) e formação profissional, são assuntos «arrumados há anos». Por outro lado, também a criação de um fundo de reserva para situações imprevisíveis é vista como um mero anúncio: «Não se sabe como vai ser usado, nem quais as suas regras», refere José Robalo, para quem a Europa «não quis, mais uma vez, falar do que é essencial». «O problema é que há outros interesses, de grandes empresas europeias, na China», acusa, alertando que com «a abertura a 1 de Janeiro e os EUA a fecharem portas, os chineses vão instalar-se de armas e bagagens na Europa e muitas empresas no sector têxtil irão desaparecer».

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