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Independentes “reprovam” 100 dias de governação PS na Covilhã

Elementos do Movimento Acreditar Covilhã estão «muito preocupados» com o futuro do concelho e antecipam a chegada de um «“tsunami”»

«Fico contente que em seis meses a Câmara tenha reduzido o défice em cerca de 60 milhões de euros». Pedro Farromba não escondeu a ironia quando questionado sobre a situação de saneamento financeiro em que se encontra o município da Covilhã desde o início do ano. O Movimento Acreditar Covilhã, liderado pelo antigo vice-presidente da autarquia nas autárquicas de setembro, faz uma avaliação negativa dos 100 dias de mandato da maioria socialista.

Em conferência de imprensa, Pedro Farromba considerou «curioso» que «na campanha eleitoral a Câmara tivesse um défice de 140 milhões de euros na voz da mesma pessoa que, na semana passada, disse que era de 66 milhões», aludindo a declarações do presidente do município Vítor Pereira. Os elementos do MAC consideram que «em tão pouco tempo foram já muitas as más decisões desta gestão municipal», assistindo-se a «uma total falta de decisão, de pulso firme na gestão, falta de perspetiva em relação ao futuro, fruto de uma política virada para dentro que demonstra, a cada dia, uma total quebra de confiança por parte dos munícipes e dos investidores». Num documento lido por Marta Alçada, número três da lista, é dito que nestes 100 dias «foram afastados quadros profissionais e pagas elevadas indemnizações». De acordo com o MAC, assistiu-se a uma «cega, absurda e inexplicável contratação de “boys”, com remunerações altíssimas, o que vai trazer um encargo anual acrescido à Câmara da Covilhã superior a 600 mil euros por ano». O movimento admite não saber «exatamente» quantas são, mas estranha a coincidência de «todas essas pessoas» serem do PS. «Imagino que só haja técnicos credenciados no PS», ironizou Pedro Farromba.

Os independentes criticam ainda «a perda» da sede do polo da Serra da Estrela da entidade de Turismo do Centro, bem como da CIM das Beiras e Serra da Estrela, denunciando que «o movimento associativo recebeu até hoje zero euros para o apoio das suas atividades, exceto a Associação de Socorros Mútuos», que, de acordo com o MAC, recebeu da autarquia «um chorudo cheque de 30 mil euros sem que a sua atribuição seja sequer justificada». Igualmente criticado foi o «afastamento» da UBI e da Portugal Telecom do conselho de administração do Parkurbis. Quanto à Barragem das Cortes, o MAC sustentou que «a Câmara não tem tido mão firme na defesa da importância estratégica deste recurso e vai condenar a Covilhã a ter, no futuro, escassez de água». Já Vítor Pereira foi acusado de «ficar para a história conotado com a perda da barragem». Quanto ao orçamento do município, os membros do MAC consideram-no «vazio, sem ideias e demonstrativo da falta de visão e de capacidade para o que é necessário e essencial para o concelho».

De resto, frisam que «se o presente já é sombrio e preocupante, o futuro é um “tsunami” anunciado sem precedentes para a Covilhã e o concelho», dizendo-se «mesmo muito preocupados com o que nos vai acontecer». Quanto à situação do MAC depois da retirada da confiança política ao vereador Nelson Silva, Pedro Farromba garantiu que «voltaria a fazer tudo o que fiz, exceto a escolha do número dois, que foi uma má escolha, pelo menos, para os mais de oito mil cidadãos que confiaram o voto no MAC». Sobre a continuidade ou não do movimento, o atual vereador, o segundo candidato mais votado nas últimas autárquicas, adiantou que «o MAC está cá, temos feitos reuniões quase semanalmente e temos mantido o nosso compromisso para com os covilhanenses».

Ricardo Cordeiro Pedro Farromba, ao centro, garante que «voltaria a fazer tudo» o que fez quando se candidatou, exceto escolher Nelson Silva para número dois

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